Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que mais 10 milhões de pessoas no Brasil possuem alguma deficiência auditiva.
24 de abril marca o dia em que a Língua Brasileira de Sinais foi reconhecida e regulamentada em lei (Lei 10.436), desde 2002. A Libras é uma importante ferramenta de inclusão social e é a forma de comunicação e expressão de natureza visual motora, utilizada pela comunidade surda.
Em 22 de dezembro de 2005, o Decreto 5.626 regulamentou a lei, incluindo libras como uma disciplina curricular obrigatória na formação de professores surdos, professores bilíngues, pedagogos e fonoaudiólogos.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que mais 10 milhões de pessoas no Brasil possuem alguma deficiência auditiva e cerca de 2,7 milhões têm surdez profunda, ou seja, não escutam nada.
A Libras, resultado de um longo processo de luta pela educação dos surdos, é de extrema importância pois promove a inclusão, aumenta as oportunidades no mercado de trabalho e estudos, além de melhorar a expressividade e capacidade de raciocínio lógico.
História da Libras
Os surdos, até o século XV, eram mundialmente considerados como ineducáveis. A partir do século XVI, com mudanças nessa visão acontecendo na Europa, essa ideia foi sendo deixada de lado.
A luta pela educação dos deficientes auditivos teve início após a visita do surdo francês, Ernest Huet, ao Brasil. A convite de D. Pedro II, Huet veio ao país em 1987, para fundar a primeira escola brasileira para surdos, chamada na época de Imperial Instituto de Surdos Mudos.
Com o passar do tempo, o termo “surdo-mudo” saiu de uso por ser incorreto, mas a escola seguiu em funcionamento até os dias atuais, com o nome de Instituto Nacional de Educação de Surdos – o famoso INES.
A Libras foi criada, então, junto com o INES, a partir de uma mistura entre a Língua Francesa de Sinais e de outros sinais já utilizados pelos surdos brasileiros. Porém, em 1880, a língua de sinais brasileira sofreu uma grande derrota em 1880.
Um congresso sobre surdez em Milão proibiu o uso das línguas de sinais no mundo, acreditando que a leitura labial era a melhor forma de comunicação para os surdos. Apesar de não ter eliminado a linguagem de sinais, a proibição atrasou a difusão da língua no país.
Com a persistência do uso e uma crescente busca por legitimidade da Língua de Sinais, a Libras voltou a ser aceita. Em 1993 uma nova luta começou, com um projeto de lei que buscava regulamentar o idioma no país até que, quase dez anos depois, a Língua Brasileira de Sinais foi finalmente reconhecida como uma língua no Brasil em 2002.