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Economia

IPCA acelera em abril, atingindo 0,38% impulsionada pelo custo dos alimentos e produtos farmacêuticos

No acumulado de 12 meses até abril, o IPCA teve alta de 3,69%, contra alta 3,93% do mês anterior - Foto: Reinaldo Canato
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No acumulado de 12 meses até abril, o IPCA teve alta de 3,69%, contra alta 3,93% do mês anterior

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta sexta-feira (10) que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apresentou um aumento de 0,38% em abril, um pouco acima do esperado, após uma alta de 0,16% em março. No entanto, houve um alívio na taxa de inflação em 12 meses, que ficou em 3,69%, abaixo da marca de 4%.

Os custos dos alimentos e produtos farmacêuticos foram os principais responsáveis pela pressão inflacionária. O grupo Saúde e cuidados pessoais registrou uma alta de 1,16%, devido ao reajuste de até 4,5% autorizado pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos.

Enquanto isso, o grupo Alimentação e bebidas teve uma alta de 0,70%, influenciado pela menor oferta de produtos como mamão (22,76%), cebola (15,63%), tomate  (14,09%) e café moído (3,08%), causada por fenômenos climáticos.

Impactos nos transportes e serviços

Os custos de Transportes, por sua vez, aumentaram 0,14%, impulsionados pelo aumento dos combustíveis, mesmo com a queda nas passagens aéreas. Enquanto isso, a inflação de serviços desacelerou, com alta de 0,05% em abril, acumulando em 12 meses um avanço de 4,60%.

Segundo o gerente da pesquisa, André Almeida, os “fenômenos climáticos ocorridos no fim de 2023 e no começo de 2024 afetaram a produção”.

Perspectivas futuras

Analistas destacam que o IPCA acima do esperado apresentou uma desaceleração nos preços de serviços e um índice subjacente em queda, sugerindo uma trajetória de aproximação à meta estabelecida pelo Banco Central.

No entanto, há preocupações com a pressão de salários sobre os preços e a dinâmica de queda da inflação doméstica.

O BC, que recentemente cortou a taxa Selic para 10,50% ao ano, enfrenta o desafio de equilibrar a necessidade de estimular a economia com o controle da inflação. A expectativa agora se volta para a divulgação da ata na próxima reunião para obter mais detalhes sobre o cenário para a política monetária.

Durante o período de coleta de dados para o cálculo do IPCA de abril, que compreendeu do dia 29 de março ao dia 30 de abril de 2024, os preços foram registrados sem refletir os impactos das fortes chuvas que assolaram o Rio Grande do Sul no final do mês.

Analistas estão atentos aos possíveis efeitos dessas chuvas, especialmente em produtos como arroz, carnes e laticínios, já que o estado é um importante produtor agrícola, destacando-se na produção de arroz, soja, milho e outros produtos essenciais para a alimentação animal.

“O Rio Grande do Sul é o maior produtor de arroz, tem produção de soja, milho, produtos importantes para a ração animal. Mas como (as chuvas vão) impactar nos preços desses produtos ao consumidor, é preciso aguardar para ver”, explicou André Almeida.

Ainda é aguardada uma análise mais precisa sobre os possíveis impactos das fortes chuvas no Rio Grande do Sul, que podem afetar os preços de produtos como arroz, carnes e laticínios, adicionando mais complexidade ao debate sobre a inflação no país.

O Banco Central vem demonstrando uma crescente preocupação com a possível pressão dos salários sobre os preços, devido ao mercado de trabalho aquecido. Há também uma incerteza sobre a dinâmica de queda da inflação doméstica, com destaque para a inflação de serviços subjacente, que permanece em níveis elevados.

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