Atualmente, as câmeras corporais da PM gravam de forma contínua, sem a necessidade de acionamento pelo policial.
No último sábado (25), o governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos) anunciou mudanças no uso de câmeras corporais pela Polícia Militar de São Paulo. De acordo com o novo edital lançado pela gestão, que prevê a aquisição de 12 mil novos dispositivos, os policiais serão responsáveis por ativar manualmente a gravação ao atenderem uma ocorrência.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), a alteração para um sistema de acionamento manual visa uma maior eficiência e economia, já que a gravação ininterrupta consome muita bateria e espaço de armazenamento.
Atualmente, as câmeras corporais da PM gravam de forma contínua, sem a necessidade de acionamento pelo policial.
A medida, porém, suscitou críticas devido à possibilidade de que ilegalidades não sejam registradas.
As novas câmeras contarão com um sistema de “buffer”, que armazena imagens dos 90 segundos anteriores à ativação, garantindo o registro completo das ocorrência. Além disso, os novos dispositivos serão equipados com tecnologia para leitura de placas de veículos e reconhecimento facial.
Atualmente, a PM de São Paulo dispõe de 10.125 câmeras corporais, cobrindo 52% do trabalho operacional no estado. Com o novo edital, a cobertura será expandida em 18%, atingindo um número total de 12 mil dispositivos.
Economia e integração ao Muralha Paulista
A gestão de Tarcísio de Freitas estima que o novo contrato proporcionará uma economia entre 30% e 50% para o tesouro estadual em relação ao contrato anterior.
O plano é integrar essas câmeras ao Muralha Paulista, um programa de megavigilância que funcionará como um “Big Brother” da PM.
O Muralha Paulista está sendo desenvolvido com o auxílio da Edge Group, uma empresa de defesa e vigilância dos Emirados Árabes Unidos, dirigida no Brasil por um ex-secretário do Ministério da Defesa que atuou no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
As novas diretrizes visam melhorar a eficiência do trabalho policial, reduzir custos e aumentar a transparência nas operações da PM.
Contudo, a medida enfrenta críticas e desafios, especialmente em relação à confiabilidade do acionamento manual das câmeras e ao uso de tecnologias de reconhecimento facial.
A implementação dessas mudanças será crucial para avaliar seu impacto na segurança pública e na integridade das operações policiais em São Paulo.