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Polícia

Defesa nega envolvimento da família de Djidja Cardoso em seita

Lidiane Roque explicou que seringas encontradas pela polícia eram usadas com xampu e condicionador - Foto: Divulgação
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Defesa da família Cardoso nega “seita” e venda de drogas.

No domingo (2), a advogada Lidiane Roque, representante da família de Djidja Cardoso, afirmou ser testemunha ocular da dependência química de Cleusimar Cardoso Rodrigues e Ademar Farias Cardoso, mãe e irmão de Djidja.

Lidiane, amiga da família, relatou que foi convidada a usar ketamina, mas recusou. Cleusimar e Ademar foram presos na quinta-feira (28), na casa onde Djidja foi encontrada morta em Manaus.

Em entrevista, Lidiane Roque, diferente do que alega a polícia afirmou: “Não existia seita, eu sou testemunha ocular, que sob efeito de drogas, eles pregavam a filosofia prevista no livro Cartas de Cristo, mas não existia seita, não existia envolver funcionários. Não existia rituais satânicos, que envolvam animais“.

À direita o salão de beleza Belle Femme que pertencia à Djidja Cardoso, na Cidade Nova  – Foto: Divulgação

De acordo com a advogada, a família usava o medicamento em casa, pois estava em dependência química. “A Djidja nem saía do quarto. Que ritual é esse que as pessoas ficam isoladas? Era cada um no seu canto. Não existia essa situação”, afirmou Lidiane.

Sobre as acusações contra Ademar Cardoso, irmão de Djidja, que incluem estupro, cárcere privado e injeção de drogas sem consentimento, a defesa enfatizou que o processo está em andamento e que se pronunciará quando mais detalhes forem obtidos.

A advogada mencionou que a família Cardoso, incluindo Djidja, Cleusimar e Ademar, se tornaram dependentes químicos, mas insistiu que todas as pessoas envolvidas são adultas e que as atividades relatadas são fruto de alucinações severas causadas pelo uso de drogas.

Advogada Nauzila Campos durante coletiva na manhã deste domingo (2) – Foto Divulgação/Jeiza Russo

Sobre a defesa da família, Nauzila Campos, destacou que estão atuando no caso e que em breve darão mais informações dentro de 15 a 30 dias.

“O processo ainda está no início, temos informações preliminares. Muita coisa que a defesa não faz ideia, porque está sendo apurado”, disse a advogada Nauzila Campos.

Fugitivo Marlisson Vasconcelos Dantas se entrega à polícia

O maquiador Marlisson Vasconcelos Dantas se entregou à polícia na tarde da última sexta-feira (31), dois dias após a Justiça do Amazonas expedir um mandado de prisão contra ele.

Segundo a Polícia Civil, Marlisson é um dos envolvidos no grupo religioso que utilizava cetamina em rituais, liderado por familiares de Djidja Cardoso.

Marlisson Vasconcelos Dantas seria responsável por comprar e administrar cetamina em membros do grupo religioso — Foto: Patrick Marques

Com a prisão de Marlisson, todos os cinco alvos da Operação Mandrágora estão agora sob prisão preventiva. O grupo é suspeito de fornecer e distribuir cetamina, além de incentivar e promover seu uso recreativo.

A investigação busca determinar se a morte de Djidja foi causada por overdose da substância. Os outros quatro presos são:

  • Ademar Farias Cardoso Neto, irmão de Djidja.
  • Cleusimar Cardoso Rodrigues, mãe de Djidja.
  • Verônica da Costa Seixas, gerente do salão de beleza Belle Femme.
  • Claudiele Santos da Silva, maquiadora do mesmo salão.

Marlisson estava foragido e se apresentou ao 1º Distrito Integrado de Polícia (DIP) acompanhado de um advogado. Em nota, a defesa de Marlisson afirmou que ele se entregou para colaborar com as investigações.

Segundo o advogado Lenilson Ferreira, Marlisson é uma vítima na situação, destacando que ele apenas cumpria tarefas para a família.

“Ele é mais uma vítima de tudo isso. A relação que ele tem com a família é de funcionário e teve uma amizade, teve essa proximidade na qual ele fazia tudo que pediam. Era motorista, fazia as compras da residência, mas em nenhum momento ele manipulava alguma substância proibida, aplicava ou fazia utilização desse produto”, disse o advogado.

Marlisson será encaminhado à audiência de custódia e permanecerá à disposição da Justiça.

Inquérito Policial

A Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) deflagrou a Operação Mandrágora, visando membros de uma suposta seita religiosa acusada de fornecer e distribuir ketamina, além de promover o uso recreativo da droga.

Ademar Cardoso, identificado como líder da seita denominada “Pai, Mãe, Vida“, divulgava teorias da conspiração e crenças esotéricas em suas redes sociais, chegando a se identificar como Jesus. Djidja, que faleceu recentemente, era considerada Maria Madalena na seita.

Trecho do inquérito policial que investiga a seita “Pai, Mãe, Vida” – Foto: Reprodução

A polícia encontrou seringas contendo shampoo e condicionador nas sedes dos salões da família, descartando o uso para armazenamento ou consumo de drogas no salão Belle Femme.

A investigação revelou que os membros da seita acreditavam que a combinação de drogas e meditação poderia levar ao autoconhecimento, com base no livro Cartas para Cristo.

O delegado Cícero Túlio, do 1º DIP (Distrito Integrado de Polícia), que investigava a família há 40 dias após denúncias de cárcere privado, estupro e aborto, declarou que a morte de Djidja precipitou as prisões.

Cícero Túlio informou que a polícia está investigando crimes como cárcere privado, estupro de vulnerável e aborto. Duas mulheres relataram que foram estupradas enquanto estavam dopadas e que uma delas pode ter sofrido um aborto.

As vítimas disseram que não se lembram dos atos devido à sedação e que ficaram despidas e sem banho por vários dias em cárcere privado. No local, a polícia constatou um forte cheiro de podridão.

A defesa da família Cardoso questionou a veracidade dos depoimentos, alegando que as testemunhas estavam emocionalmente envolvidas e algumas eram dependentes químicas.

A advogada Nauzila destacou que o uso prolongado de cetamina pode afetar o estado mental das testemunhas, levantando dúvidas sobre a condição em que prestaram os depoimentos.

Animais resgatados

Animais domésticos da família, incluindo cobras e gatos, foram resgatados pela deputada estadual Joana Darc, também veterinária, devido à suspeita de que também foram drogados.

A denúncia está sendo investigada pela Delegacia Especializada em Crimes contra o Meio Ambiente (Dema).

 livro Cartas para Cristo

A Polícia está investigando a seita “Pai, Mãe, Vida“, criada por familiares de Djidja Cardoso com baseada no livro “Cartas de Cristo“.

As investigações revelaram que Ademar Cardoso usava o livro para justificar o uso de ketamina, um anestésico, em experiências espirituais profundas.

O pet shop MaxVet, em Manaus, fornecia a droga. Funcionários de salões de beleza eram obrigados a aderir ao grupo.

Capa do livro ‘Cartas de Cristo’ – Foto: Divulgação/Redes sociais

Cartas de Cristo“, escrito por uma autora inglesa de 80 anos, reúne ensinamentos transcritos a partir do ano 2000. O livro visa transcender a consciência humana para alcançar a “consciência crística de Jesus“, eliminando dogmas religiosos e egoísmo.

Em suma, “Castas de Cristo” é uma coletânea de contos que desafia o leitor a pensar criticamente sobre as estruturas sociais e as experiências humanas, tudo através da lente única e poderosa de Márcia Denser.

Com nove cartas, a obra alega corrigir interpretações errôneas dos ensinamentos de Cristo e explica leis espirituais.

Na rede social Facebook, o grupo “As Cartas de Cristo”, com 4,7 mil membros, compartilha trechos e discussões sobre a obra, propagando suas mensagens.

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