Em vídeo, é possível ver os servidores forçando a entrada ao prédio enquanto os seguranças tentam impedir.
Nesta segunda-feira (3), servidores e alunos da rede estadual do Paraná invadiram a Assembleia Legislativa (Alep) durante uma manifestação contra o projeto de lei que propõe a terceirização da gestão administrativa de 200 colégios públicos.
Os manifestantes se concentraram na Praça Santos Andrade, no Centro, e depois caminharam até a Alep, onde o projeto seria avaliado em plenário pelos deputados estaduais.
Após a invasão, o presidente da Alep, deputado Ademar Traiano (PSD), suspendeu temporariamente a sessão, enquanto os manifestantes gritavam palavras de ordem e o chamavam de ladrão.
Em vídeo, é possível ver os servidores forçando a entrada ao prédio enquanto os seguranças tentam impedir.
Após uma porta de vidro ser quebrada, os protestantes invadem e vão em direção às galerias da Assembleia.
O Batalhão da Polícia de Choque cercou o local e bombas de gás lacrimogêneo foram lançadas. A confusão acabou deixando três pessoas feridas.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, um homem de 24 anos e uma mulher de 23 anos foram encaminhados ao Hospital Cajuru com ferimentos leves.
Apenas uma mulher de 51 anos teve ferimentos graves, sem risco de morte, e foi levada ao Hospital Evangélico.
Projeto de lei
O projeto de lei, que começou a tramitar em 27 de maio em regime de urgência, visa aumentar a abrangência do programa Parceiro da Escola.
O Governo do Estado afirma que a iniciativa visa “garantir a gestão técnica e qualificada nas unidades educacionais, a fim de assegurar a prestação de serviços públicos educacionais de excelência”.
Outro objetivo citado é a busca pelo “o aumento da qualidade da educação pública estadual, por meio do estabelecimento de metas pedagógicas e modernização das estruturas administrativas e patrimoniais”.
O projeto de lei também alega que diretores e gestores poderão concentrar “esforços na melhoria da qualidade educacional”.
O texto afirma que os profissionais efetivos lotados no colégio permanecerão sob a gestão do diretor da rede e deverão atender a critérios e metas estabelecidos pelo parceiro contratado, em conjunto com o diretor da rede.
De acordo com o programa, a Secretaria de Estado da Educação (Seed) poderá remanejar os servidores do quadro efetivo que, após consulta, optarem por relotação.
O projeto de lei afirma que o modelo pode ser implantado em todas as instituições da rede estadual de ensino de educação básica, exceto nos seguintes tipos de instituições:
- de ilhas;
- de aldeias indígenas;
- de comunidades quilombolas;
- da Polícia Militar do Paraná;
- das unidades prisionais;
- que funcionem em prédios privados, cedidos ou alocados de instituições religiosas, salvo previsão no respectivo instrumento;
- que participem do Programa Cívico-Militar.