Da Europa ao Brasil, entenda como essa tradição se transformou ao longo do tempo.
Festa junina é sinônimo de comida gostosa, chapéu de palha e bandeirinhas coloridas, mas você sabe de onde vieram as roupas típicas utilizadas nas festividades dessa época?
O tecido quadriculado, ou Tartã, é de origem celta, surgindo na região da Alemanha e vindo a se tornar de amplo uso quando chegou a Escócia.
Os guerreiros escoceses usavam uma vestimenta tradicional chamada de Kilt, uma saia feita de tartã cujos padrões quadriculados serviam para distinguir os clãs uns dos outros.
Roupa de quadrilha
Mesmo sendo uma tradição secular na cultura brasileira, as roupas de quadrilha são heranças europeias que vieram para o país através da corte portuguesa no início do século XIX.
A dança tem origem na França, se chamando “quadrille” surgindo nos bailes da cidade de Paris, durante século XVIII. Ao longo do tempo, a quadrilha, como é conhecida atualmente, recebeu influências de ritmos nordestinos, indígenas e africanos, ganhando identidade nacional, o que refletiu na forma de se vestir.
No início, quando a dança foi trazida junto com colonizadores, os criados do campo usavam versões mais simples dos trajes europeus luxuosos, geralmente em festas de aniversário ou casamento, complementados com adereços de cabeça, sapatos, bijuterias usadas pelas damas e os tradicionais chapéus de palha usados pelos homens.
Conforme o Brasil foi passando por um processo ainda mais intenso de miscigenação, as indumentárias de quadrilha se tornaram diferentes dependendo da região do Brasil em que estão inseridas, recebendo influência dos povos, ritmos e outros aspectos culturais da localidade.
Atualmente, um dos tecidos mais utilizados para a confecção dos vestidos é a chita, que se originou na Índia do século XV e foi trazida ao Brasil por meio dos portugueses.
A consolidação da dança com elementos brasileiros ocorreu ao longo do século XX, se tornando uma parte muito importante da cultura nordestina, porque o músico e compositor Luiz Gonzaga, natural de Pernambuco, foi o responsável por compartilhar o baião e outros ritmos musicais nordestinos, incorporando o ritmo e ajudando na formação da identidade das quadrilhas.