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Senador brasileiro acompanha eleição presidencial na Venezuela com custos pagos pelo Governo Maduro

Chico Rodrigues evitou emitir julgamento sobre a disputa mesmo após ameaças de Maduro Foto: Divulgação/Agência Senado
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A eleição pode determinar a continuidade ou o fim do regime do presidente Nicolás Maduro.

O senador Chico Rodrigues (PSB-RR) embarca nessa quinta-feira (25) para a Venezuela, onde acompanhará a eleição presidencial marcada para domingo (28).

Rodrigues será o único parlamentar brasileiro autorizado por Maduro a monitorar o processo eleitoral, com todas as despesas pagas pelo governo venezuelano.

Chico Rodrigues, que é do estado de Roraima e preside o Grupo Parlamentar BrasilVenezuela, destacou a importância econômica das relações entre Roraima, e o país vizinho.

Roraima é responsável por 62,4% das exportações para a Venezuela, principalmente de alimentos como arroz, feijão, soja e milho.

Senador Chico Rodrigues foi flagrado com dinheiro na cueca no dia 14 de outubro de 2020, durante uma operação da Polícia Federal na sua casa – Foto: Divulgação/Agência Brasil

Durante entrevista ao jornal O Globo, o senador evitou emitir julgamentos sobre o regime de Maduro, que tem enfrentado críticas por dificultar a participação da oposição e aumentar a tensão nas vésperas da votação.

Rodrigues afirmou que “tudo funciona” na Venezuela, mencionando o funcionamento do Judiciário, da economia e das instituições.

No entanto, ele se absteve de julgar o regime de Maduro, destacando que não vive no país.

A oposição reclama da falta de liberdade, alguns falam em comunismo. Sou contra esse conceito. Acho que o regime luta para permanecer no comando do país”, disse ele.

Tensão com o Brasil

O senador também preferiu não comentar sobre as recentes declarações de Maduro em relação ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Maduro ameaçou com um banho de sangue eguerra civil caso perca a eleição, Lula disse ter ficadoassustado” e foi aconselhado pelo venezuelano a tomar um chá de camomila.

Nicolás Maduro e Lula
Nicolás Maduro, presidente da Venezuela e Lua, presidente do Brasil – Foto: Evaristo Sa/AFP

“Eu não posso analisar, não sei em qual contexto o presidente Maduro falou isso. Eu acredito que o presidente não poderia ser capaz de imaginar uma situação dessas. Nenhum país do mundo, num regime mais duro que seja, não pensa nisso. A política é a convivência dos contrários, e não a exclusão dos contrários”, disse Rodrigues.

O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela fornecerá orientações a Rodrigues nesta sexta-feira (26) sobre como ele poderá acompanhar o processo eleitoral.

Rodrigues afirmou que irá observar o deslocamento dos eleitores, a ida às seções eleitorais e a condução da votação.

Senador Chico Rodrigues foi flagrado com dinheiro na cueca no dia 14 de outubro de 2020, durante uma operação da Polícia Federal na sua casa – Foto: Roque de Sa/AFP

Não vou para passear”, destacou o senador, lembrando que acompanhou a reeleição de Hugo Chávez em 2000.

Rodrigues falou das dificuldades da eleição na Venezuela, conforme relatado pela imprensa internacional.

“O mundo inteiro sabe das dificuldades”, afirmou ele, acrescentando que há uma disputa intensa entre governo e oposição.

“Quem tá dentro não quer sair, e quem tá fora quer entrar. Essas dificuldades são inerentes à expectativa de cada grupo”, concluiu.

Além de Rodrigues, o embaixador Celso Amorim, assessor especial do presidente Lula para assuntos internacionais, também estará presente.

No entanto, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) do Brasil decidiu não enviar observadores após Maduro questionar o sistema eleitoral brasileiro, alegando falta de auditoria dos votos.

Quem é Chico Rodrigues?

Chico Rodrigues, cujo nome completo é Francisco de Assis Rodrigues, é um político brasileiro filiado ao partido Democratas (DEM) do estado de Roraima.

Rodrigues tem uma longa carreira política, tendo ocupado diversos cargos, incluindo deputado federal e senador. Ele também já atuou como vice-líder do governo no Senado.

Em 14 de outubro de 2020, o senador Chico Rodrigues foi alvo de uma operação da Polícia Federal chamadaDesvid-19, que investigava desvios de recursos públicos destinados ao combate à pandemia de Covid-19 em Roraima.

Durante a busca em sua residência, foram encontrados cerca de R$ 33 mil em espécie escondidos na cueca de Rodrigues.

Após o incidente, Chico Rodrigues foi afastado do cargo por 90 dias pelo ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF).

O senador solicitou licença do cargo de vice-líder do governo no Senado, o que foi aceito pelo presidente Jair Bolsonaro.

Embora Chico Rodrigues tenha negado as acusações de corrupção, a imagem pública do senador foi significativamente abalada, e ele continua sendo alvo de investigações.

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