Tragédia Aérea em Vinhedo: Identificação das vítimas e investigações aceleram após acidente com 62 mortos

O trabalho de resgate e perícia avança na cena do desastre; a causa do acidente ainda é desconhecida.

O acidente aéreo que ocorreu na sexta-feira (9) em um condomínio de Vinhedo (SP) envolveu uma aeronave com 58 passageiros e quatro tripulantes e resultou em 62 mortes, o maior desastre aéreo do Brasil desde 2007.

A retirada dos corpos e da fuselagem do avião foi realizada durante a madrugada deste sábado (10) por uma força-tarefa composta por diversos órgãos.

O gabinete de crise, que inclui polícias Federal, Militar, Civil, Científica, além de Cenipa, Corpo de Bombeiros, Defesa Civil e representantes da companhia aérea Voepass, utilizou tecnologia avançada, como scanner 3D, para acelerar o trabalho de identificação das vítimas.

Até o momento, 21 corpos foram retirados, dos quais dois já foram identificados. Todos os corpos estão sendo encaminhados para o Instituto Médico Legal (IML) de São Paulo para conclusão da identificação.

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Por volta das 15h30 da sexta-feira, a Prefeitura de Vinhedo confirmou que não havia sobreviventes.

O governo do Paraná lamentou a perda de pelo menos oito servidores e profissionais, incluindo docentes e médicos da Unioeste, um professor da rede estadual e um funcionário da Sanepar.

Lista de vítimas do acidente

Tripulantes:

1. Débora Soper Ávila (28 anos)
2. Rúbia Silva de Lima (41 anos)
3. Humberto de Campos Alencar e Silva (61 anos)
4. Danilo Santos Romano (35 anos)

Passageiros:

1. Adriana Santos
2. Adriano Daluca Bueno
3. Adrielle Costa
4. Alípio Santos Neto
5. Ana Caroline Redivo
6. André Michel
7. Antonio Deoclides Zini Junior
8. Arianne Risso
9. Constantino Thé Maia
10. Daniela Schulz Fodra
11. Denilda Acordi
12. Deonir Secco
13. Diogo Ávila
14. Edilson Hobold
15. Eliane Andrade Freire
16. Gracinda Marina Castelo Da Silva
17. Hadassa Maria Da Silva
18. Hiale Scarpine Fodra
19. Isabella Santana Pozzuoli
20. José Carlos Copetti
21. José Cloves Arruda
22. José Fer
23. Josgleidys Gonzalez
24. Joslan Perez
25. Kharine Gavlik Pessoa Zini
26. Laiana Vasatta
27. Leonardo Henrique da Silva
28. Liz Ibba Do Santos
29. Lucas Felipe Costa Camargo
30. Luciani Cavalcanti
31. Luciano Trindade Alves
32. Maria Auxiliadora Vaz De Arruda
33. Maria Parra
34. Maria Valdete Bartnik
35. Mariana Belim
36. Mauro Bedin
37. Mauro Sguarizi
38. Miguel Arcanjo Rodrigues Junior
39. Nelvio José Hubner
40. Paulo Alves
41. Pedro Gusson do Nascimento
42. Rafael Alves
43. Rafael Fernando dos Santos
44. Raphael Bohne
45. Raquel Ribeiro Moreira
46. Regiclaudio Freitas
47. Renato Bartnik
48. Renato Lima
49. Ronaldo Cavaliere
50. Rosana Santos Xavier
51. Rosângela Maria De Oliveira
52. Rosângela Souza
53. Sarah Sella Langer
54. Silvia Cristina Osaki
55. Simone Mirian Rizental
56. Thiago Almeida Paula
57. Tiago Azevedo
58. Wlisses Oliveira

A aeronave decolou às 11h46 e manteve um voo estável até 12h20, subindo para 5 mil metros de altitude e permanecendo nesse nível até as 13h21, quando começou a perder altitude.

A partir desse momento, a aeronave fez uma curva brusca e, a partir das 13h22, caiu 4 mil metros em apenas um minuto, atingindo o terreno de um condomínio residencial a uma velocidade de 440 km/h.

A Força Aérea Brasileira (FAB) relatou que o avião não respondeu às chamadas do Controle de Aproximação de São Paulo e não declarou emergência.

A causa do acidente ainda é desconhecida. A queda em espiral da aeronave sugere a possibilidade de um estol, um fenômeno em que a asa perde a sustentação, provocando uma queda brusca.

Sobre a aeronave que caiu

De acordo com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o modelo que caiu em Vinhedo, ATR-72-500 é um turboélice fabricado pela ATR, uma das maiores fabricantes de aeronaves do mundo, com sede na França.

O modelo possui 74 assentos e tem uma velocidade máxima de 511 km/h. Com 27 metros de comprimento e de envergadura, a aeronave tem uma autonomia de voo de 1.324 quilômetros e um peso máximo de serviço de 7 mil quilos.

O ATR-72-500 é conhecido por operar eficientemente em aeroportos de condições adversas, especialmente em regiões da Ásia e do Brasil.

No momento da queda, meteorologistas relataram a presença de “áreas de instabilidade“ e 35% de formação de gelo nas proximidades do local do acidente.

Segundo o Climatempo, a aeronave estava enfrentando um “forte vento de cauda“ durante a aproximação, o que pode ter influenciado na dinâmica do voo. As temperaturas na altura correspondente a 500hPa na região de Vinhedo estavam entre -9° e -11° C.

Posicionamento da Voepass e investigação 

Eduardo Busch, CEO da Voepass Linhas Aéreas, afirmou em coletiva de imprensa que os pilotos da aeronave eram experientes e que todos os sistemas operacionais estavam funcionando corretamente no momento da decolagem.

A empresa comunicou que está prestando assistência às famílias das vítimas e colaborando com as autoridades na investigação do acidente.

A Força Aérea Brasileira (FAB) informou que o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) está conduzindo a investigação.

As duas caixas-pretas da aeronave foram recuperadas e serão enviadas para Brasília para análise.

A Anac está monitorando a situação e garantindo que a Voepass preste o devido atendimento às vítimas e seus familiares.

A Polícia Federal também abriu um inquérito para investigar as causas do acidente e montou um “gabinete de crise” no local da tragédia.

Nota Ministério Portos e Aeroportos