O governo agora se concentra em definir três novos nomes para compor a diretoria do BC.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, oficializou a indicação de Gabriel Galípolo para a presidência do Banco Central (BC). Atualmente, Galípolo ocupa o cargo de diretor de Política Monetária na autarquia.
Na primeira declaração pública após o anúncio, Galípolo afirmou que “é uma honra, um prazer e uma responsabilidade imensa ser indicado à presidência do Banco Central do Brasil pelo ministro Fernando Haddad e pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Eu estou muito contente.”
Com a indicação de Galípolo, o governo agora se concentra em definir três novos nomes para compor a diretoria do BC.
A necessidade de substituições ocorre não apenas pelo cargo de Política Monetária que ficará vago, mas também pelas saídas de Otávio Ribeiro Damaso, diretor de Regulação, e Carolina de Assis Barros, diretora de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta, cujos mandatos se encerram em breve.
Haddad destacou que o governo já iniciou o processo para a escolha dos novos diretores: “A partir de agora nós vamos começar a trabalhar os três nomes que vão compor a diretoria até o final do ano. Isso será feito ato contínuo ao encaminhamento do nome do Gabriel para o Senado Federal”.
O ministro informou ainda que aguarda uma brecha na agenda do presidente Lula para apresentar as sugestões para os cargos restantes.
Expectativa no Senado para sabatina
A nomeação de Galípolo será submetida à avaliação da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, assim como as futuras indicações para a diretoria do BC.
O presidente da CAE, senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO), afirmou que ainda não foi contatado pelo governo sobre a sabatina dos indicados e descartou a possibilidade de agendar o processo na próxima semana.
“Não há chances de marcar a sabatina com pressa“, declarou Cardoso, sinalizando que o Senado seguirá um cronograma cuidadoso.
Embora integrantes do governo defendam a antecipação da sabatina para garantir “previsibilidade” ao mercado e à instituição, Cardoso reiterou que o Senado manterá a autonomia.
“Sabatina é atribuição do Senado, cabe a eles marcar, mas quero crer que Lula está sintonizado com os presidentes sobre a importância dessa indicação”, comentou Haddad aos jornalistas.
Caso aprovado, Galípolo sucederá Roberto Campos Neto, que foi indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e cujo mandato termina em 31 de dezembro deste ano.
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A substituição de Campos Neto por um nome alinhado ao atual governo marca um movimento na política econômica do país, especialmente em um contexto de redefinições monetárias e fiscais.
A decisão final sobre as indicações ocorrerá após a sabatina na CAE, cujo resultado será um fator determinante para o futuro da gestão do Banco Central sob a liderança de Gabriel Galípolo.