Decisão do PT sobre repasse milionário a Boulos expõe divergências internas e influencia campanha na capital paulista.
O Partido dos Trabalhadores (PT) decidiu doar R$ 30 milhões do fundo eleitoral para a campanha de Guilherme Boulos (PSOL) à prefeitura de São Paulo. Esse valor é a maior doação recebida por qualquer campanha eleitoral na capital, somando R$ 44,6 milhões.
O PT vinha adiando a decisão, pois parte dos membros argumentava que a doação poderia prejudicar outras candidaturas do partido em nível nacional.
Com o aporte do PT, que representa 67,20% do total arrecadado pela campanha de Boulos, a candidatura do PSOL recebeu um impulso significativo.
O próprio PSOL contribuiu com R$ 14 milhões, enquanto os demais recursos vieram de doações de pessoas físicas e financiamento coletivo, totalizando R$ 588 mil.
A campanha de Boulos tem direcionado os gastos para adesivos, que somam R$ 583 mil, e o impulsionamento de conteúdo nas redes sociais da Meta, onde foram gastos R$ 515 mil.
Entre os maiores fornecedores, a Zion Produções, responsável pelo polêmico episódio do hino nacional cantado em gênero neutro, recebeu R$ 450 mil.
Esta é a primeira vez, desde a redemocratização, que o PT não lança um candidato próprio à prefeitura de São Paulo, optando por apoiar Guilherme Boulos com Marta Suplicy como vice na chapa.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem participado ativamente da campanha e apoiou o repasse dos recursos, alinhando o partido com a candidatura do PSOL.
Apesar do peso da doação, os partidos envolvidos se mantiveram em silêncio sobre a decisão. Internamente, o PSOL considera que o acordo foi vantajoso, mesmo após Boulos solicitar originalmente R$ 40 milhões do PT.
Os vereadores petistas também terão acesso a R$ 15 milhões para suas campanhas, o que ajuda a aliviar parte das tensões internas.