O Serviço Geológico do Brasil (SGB) precisou instalar uma nova régua de medição que vai até 0 centímetros.
Nesta terça-feira (10), o nível do Rio Madeira chegou a 67 centímetros em Porto Velho e se destacou como o menor em quase 60 anos. É o terceiro dia consecutivo que o rio bateu recordes de mínimas históricas.
Com quase 1,5 mil quilômetros de extensão em água doce, o rio Madeira é mais longo e importante afluente do rio Amazonas, além de um dos maiores do Brasil e do mundo.
Por ser a primeira vez na história o rio ficou abaixo de um metro, o Serviço Geológico do Brasil (SGB) precisou instalar uma nova régua de medição que vai até 0 centímetros.
Os poços secaram com a escassez, e agora, os ribeirinhos não têm acesso a água encanada e dependem de medidas alternativas como poços amazônicos ou drenagem do próprio rio Madeira.
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Somente em Porto Velho, as margens do Madeira abrigam mais de 50 comunidades ribeirinhas, as quais precisam receber carregamentos de água potável devido ao cenário crítico.
A entrega de água potável aos ribeirinhos começou a ser oferecida pela Defesa Civil municipal e assistentes sociais nesta segunda-feira (9). Mais de 700 famílias devem ser atendidas em 16 comunidades.
O engenheiro hidrólogo do SGB, Guilherme Cardoso, afirmou que a maior preocupação do momento é o prolongamento da estiagem, como ocorreu no ano passado, quando as chuvas foram significativas somente no final de outubro.
Para os próximos 3 meses, as projeções não apresentam volumes de chuva significativos, o que representa um cenário semelhante ao de 2023, mas agravado pela antecipação da vazante do rio Madeira.
“Esse atraso vai fazer com que a gente tenha um período de estiagem muito maior do que estamos acostumados porque a gente já começou a observar níveis muito baixos em julho, em níveis que normalmente só ocorrem antes do final de setembro”, explica.