A eficácia na economia de energia é tema de debate.
O governo federal está nos ajustes finais para a volta do horário de verão, previsto para começar em novembro deste ano. A medida, suspensa desde 2019 pelo governo Jair Bolsonaro, deverá ser anunciada oficialmente na próxima semana.
O retorno do horário de verão faz parte das estratégias do governo Lula (PT) para economizar energia, com uma estimativa de redução de R$ 400 milhões no consumo durante o horário de pico e impacto positivo no consumo de energia.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, já se reuniu com a ministra Cármen Lúcia, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), para garantir que a implementação do cronograma não afetará as eleições, já que os possíveis segundos turnos acontecerão antes, no dia 27 de outubro.
Apesar do otimismo com os potenciais benefícios econômicos, o governo está cauteloso sobre o possível impacto político da medida. Há receio de que a mudança no horário possa prejudicar candidatos aliados ao presidente Lula, e um adiamento do anúncio ainda não está descartado.
O horário de verão foi criado em 1931, no governo de Getúlio Vargas, e se tornou permanente em 1985, durante a gestão de José Sarney. E a eficácia na economia de energia é tema de debate.
Especialistas do setor afirmam que, com as mudanças no consumo de energia ao longo dos anos, a medida pode já não trazer os mesmos benefícios ao sistema elétrico que justificaram a criação.
Enquanto o governo trabalha nos últimos detalhes, a decisão final deve considerar tanto os impactos econômicos quanto os efeitos políticos e sociais da retomada do horário de verão.