As taxas dos títulos do Tesouro Direto registraram uma disparada nessa quarta-feira (9), impulsionadas pela alta da inflação de setembro e o cenário econômico internacional. Dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) indicaram uma alta de 0,44% no mês, contrastando com a queda de 0,02% observada em agosto, o que elevou a preocupação no mercado, que entende que a Selic terá que se manter elevada por mais tempo.
O maior impacto foi sentido nos títulos de prazo mais curto, influenciados pela inflação de curto prazo e os juros futuros.
O Tesouro Prefixado 2027, que na véspera estava com uma taxa de 12,30%, chegou a 12,57% na quarta, marcando um recorde anual. O título Prefixado 2031 também viu a taxa saltar de 12,33% para 12,58% em poucas horas, aproximando-se dos níveis máximos observados ao longo de 2024.
Analistas apontam que a expectativa de um corte menor na taxa de juros do Federal Reserve, que pode ser reduzido de 50 para 25 pontos-base, ajudou a fortalecer o dólar e pressionou os mercados emergentes.
Segundo Felipe Garcia, chefe da mesa de operações do C6 Bank, o Brasil se destacou negativamente neste cenário, com uma performance inferior a de outros países emergentes.
“Isso contaminou os mercados emergentes, com o dólar mais forte também. Hoje, o Brasil está com performance até pior que os demais emergentes”, disse Garcia.
Em relação aos títulos atrelados à inflação, o impacto foi menor, mas ainda perceptível. O IPCA+ 2029 subiu de 6,60% para 6,70%, aproximando-se de um recorde recente. Já o IPCA+ 2035 registrou uma leve alta de 6,36% para 6,40%, distante dos picos anteriores.