Seca já reveliu outros destroços históricos este ano.
A seca histórica no Rio Madeira revelou algo inusitado: os destroços de uma embarcação do século XIX foram encontrados encalhados na passagem do Pedral do Marmelo, localizado no município de Manicoré, interior do Amazonas.
Segundo marinheiros que navegam pela região, essa foi a primeira vez que o navio ficou visível a ponto de ser identificável, já que em outras secas, as poucas partes dos destroços que ficavam visíveis costumavam ser confundidas com pedras.
Ainda não há como identificar com precisão qual é o tipo do barco encontrado, porém, segundo o doutor em história social, Caio Giulliano Paião, as características dos destroços indicam que a embarcação seja uma construção norte-americana conhecida como “chata”, feita para navegação em leitos rasos.
“Certamente é um navio construído entre a segunda metade do século XIX e início dos anos 1900. Agnello Bittencourt elencou alguns naufrágios que se encaixam nessas características no rio Madeira. Precisaríamos de uma pesquisa mais acurada, mas alguns nomes nos veem à cabeça pelas características dos navios e localização aproximada de seus naufrágios. Os vapores: Içá (1881-1893), Canutama (construído em 1900) e a lancha Hilda”, explicou.
Este ano, a seca no Rio Madeira também revelou outros destroços históricos: canhões da Coroa Portuguesa foram encontrados em Tabatinga no último mês.
- Leia Mais: Estiagem: canhões da Coroa Portuguesa são encontrados após baixa do nível dos rios em Tabatinga
A seca continua severa em toda a extensão do Amazonas, o estado de emergência ainda está em vigor em todos os 63 municípios e na capital.
No momento, um dos problemas que mais assustam os moradores do interior do estado são os deslizamentos de terra que ocorre em zonas de várzea, tendo afetado portos e causado mortes em alguns municípios.