Rede MLC
Saúde

Prefeitura do RN deve indenizar pacientes que perderam olhos após mutirão de cirurgias de catarata

Foto: Reprodução/ Correio Braziliense
Publicidade

Além da busca pela causa precisa da falha sanitária, o mutirão de cirurgias também está sob uma investigação de crime eleitoral, já que ocorreu apenas 10 dias antes das eleições municipais.

O Ministério Público do Rio Grande do Norte notificou nesta sexta-feira (18) que a prefeitura de Parelhas irá idenizar as vítimas infectadas com endoftalmite após um mutirão de cirurgias de catarata realizado no estado durantes os dias 27 e 28 de setembro deste ano.

Até o momento, ao menos 15 pessoas apresentaram complicações, das quais 9 precisaram passar pelo processo de retirada dos globos oculares afetados pela infecção.

De acordo com o MPRN, em consenso com Secretaria de Estado da Saúde Pública do Rio Grande do Norte (Sesap) o conjunto de provas recolhido até o momento já é o suficiente para apontar que houve uma falha no processo de higienização e esterilização no centro cirúrgico, apesar de ainda ser necessário identificar com precisão em qual etapa.

A promotora Ana Jovina de Oliveira Ferreira, responsável pelo inquérito, afirma que mesmo com as investigações ainda em andamento, o município possui responsabilidade civil objetiva.

“Essa é a parte que me parece mais evidente. Do ponto de vista de conteúdo probatório é que o gente já tem praticamente de material. Nas reuniões que eu fiz com a prefeitura de Parelhas, eles se demonstraram cientes que terão que indenizar esses pacientes. A gente está falando de um dano irreparável. No âmbito da responsabilidade civil do estado, a nossa constituição e ordenamento jurídico nos dá uma grande segurança para buscar uma indenização proporcional ao tão grave dano experimentado por essas vítimas”, afirmou.

A primeira fase de apuração do caso está em conclusão, portanto, após o recebimentos de relatórios técnicos da Vigilância Sanitária e de análises do Laboratório Central de Saúde Pública deve ouvir pacientes, profissionais de saúde e outras pessoas envolvidas no incidente nos próximos dias.

Em defesa, a empresa Oculare Oftalmologia Avançada, que foi responsável pelas cirurgias, afirmou em nota que o material utilizado foi devidamente esterilizado, mas não informou onde.

“Sobre os materiais utilizados durante as cirurgias, destacamos que os instrumentos foram lavados e entregues à equipe técnica da Maternidade Graciliano Lordão para a devida esterilização em autoclave. Após o processo de esterilização, os instrumentos foram encaminhados para a sala cirúrgica e organizados para início das atividades”, declarou.

O caso segue sob investigação nas esferas municipal e estadual.

Publicidade

Leia mais

Cientistas avançam em projeto de “atlas” das 37 trilhões de células do corpo humano

Indra Miranda

Unidade Móvel de Saúde da Mulher tem novo endereço de atendimento na Zona Leste

Lucyana Gadelha

Brasil contabiliza 1,5 mil casos de mpox em 2024

Lucyana Gadelha

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Entendemos que você está de acordo com isso, mas você pode cancelar, se desejar. Aceito Leia Mais