A moeda norte-americana teve alta de 0,92%, cotada a R$ 5,7610.
Nessa terça-feira (29), o dólar fechou em alta e bateu os R$ 5,76, o maior patamar desde 2021, quando fechou em R$ 5,7613. O avanço ocorre em meio à cautela dos investidores quanto à economia brasileira, especialmente no que se refere a um possível corte de despesas públicas, ainda sem data oficial por parte do governo.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nessa terca-feira que terá uma série de reuniões com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao longo da semana, mas disse que não há previsão para divulgação do novo pacote fiscal com corte de despesas públicas.
Nas últimas semanas, Haddad havia sinalizado a possibilidade de cortes de até R$ 60 bilhões após as eleições municipais, com o objetivo de elevar a confiança no cenário econômico nacional. Mas a falta de detalhes sobre o plano gerou incertezas e contribuiu para a pressão sobre o câmbio.
Dados econômicos pressionaram câmbio
Além da expectativa de medidas fiscais, outros indicadores econômicos adicionaram tensão ao mercado. O Banco Central (BC) informou que os investimentos diretos do país ficou abaixo do esperado em setembro, totalizando US$ 5,23 bilhões, contra uma expectativa de US$ 5,60 bilhões.
Esse desempenho reforça a percepção de menor atratividade do Brasil como destino para capital estrangeiro, o que contribui para a valorização do dólar.
As transações correntes, que englobam as balanças comerciais e de serviços, além de transferências unilaterais, registraram déficit de US$ 6,53 bilhões, pior do que as estimativas, que apontaram para um déficit de US$ 5,0 bilhões.
Bolsa em queda
O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira (B3), também encerrou a terça-feira em queda, refletindo a cautela dos investidores em relação ao cenário doméstico.
A expectativa de um ajuste fiscal consistente e o cenário econômico desafiador são visíveis como fatores que ampliam a volatilidade nos mercados.
Esse panorama coloca em evidência o peso das decisões do governo na condução da política fiscal e na confiança dos investidores, especialmente em um contexto de alta no dólar, que impacta diretamente a inflação e o custo de produtos e serviços importados no país.
Dólar
Ao final da sessão, o dólar avançou 0,92%, cotado a R$ 5,7610, atingindo o maior patamar desde 30 março de 2021, quando fechou a R$ 5,7613. Na máxima do dia, chegou a R$ 5,7666.
Com o resultado, acumulou:
- alta de 0,99% na semana;
- avanço de 5,77% no mês;
- ganho de 18,72% no ano.
No dia anterior, a moeda subiu 0,06%, cotada a R$ 5,7082.
Ibovespa
Já o Ibovespa encerrou em queda de 0,37%, aos 130.730 pontos.
Com o resultado, acumulou:
- alta de 0,64% na semana;
- perdas de 0,82% no mês;
- recuo de 2,58% no ano.
Na véspera, o índice encerrou em alta de 1,02%, aos 131.213 pontos.