Dólar em alta e Ibovespa em queda;tensão no mercado em meio a cenário externo e política fiscal doméstica.
O dólar encerrou a sexta-feira (1º) atingindo R$ 5,869, o maior patamar desde a pandemia de Covid-19, ao mesmo tempo em que o Ibovespa recuou 1,23%, fechando aos 128.120,75 pontos.
A valorização da moeda norte-americana ocorre em meio à divulgação de dados de emprego dos EUA abaixo do esperado, assim como pela expectativa nas eleições presidenciais dos Estados Unidos, que trazem incertezas aos investidores.
A alta do dólar em 1,53% na sessão reflete a maior cotação desde 13 de maio de 2020, quando a moeda havia registrado R$ 5,901 no pico da pandemia de Covid-19.
O avanço semanal acumulado foi de 2,86%. O Ibovespa também teve uma semana negativa, acumulando perdas de 1,36%, com volume financeiro girando em R$ 19,29 bilhões antes dos ajustes finais.
A política fiscal no Brasil voltou a preocupar o mercado, com os investidores atentos ao pacote de ajustes prometido pelo governo. Em meados de outubro, havia expectativa de que essas medidas seriam apresentadas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após o segundo turno das eleições.
Contudo, segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, “não há previsão de divulgação das ações“, o que frustrou as expectativas do mercado e contribuiu para a alta do dólar.
Cenário Internacional
O relatório do Departamento do Trabalho dos EUA divulgado na sexta-feira, revelou a criação de 12.000 empregos em outubro, uma queda significativa em relação aos 223.000 registrados em setembro e muito abaixo das articulações dos economistas, que esperavam 113.000 novas vagas, segundo a Reuters.
Apesar disso, a taxa de desemprego está estável em 4,1%, sinalizando uma base sólida no mercado de trabalho.
Os furacões Helene e Milton, que atingiram o sudeste dos EUA e a Flórida, e a greve de 41.400 trabalhadores em empresas como Boeing e Textron, influenciaram os números do emprego recente.
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A próxima semana será marcada por eventos que deverão impactar o mercado, incluindo a decisão do Federal Reserve na quinta-feira (7) e as eleições presidenciais nos EUA na terça-feira (5). As pesquisas mostram uma disputa acirrada, com apostas revelando uma leve vantagem para o candidato republicano, Donald Trump.