Líderes mundiais e personalidades de diferentes países enviaram cumprimentos ao republicano pela conquista.
O candidato republicano Donald Trump, de 78 anos, venceu as eleições presidenciais norte-americanas realizadas na terça-feira (5), segundo projeções da Associated Press (AP) nesta quarta-feira (6). Trump alcançou os 270 delegados necessários para garantir um novo mandato na presidência dos Estados Unidos. O anúncio foi feito por volta das 7h30 da manhã, quando Trump também discursou para comemorar a vitória.
Ao lado de seu vice, JD Vance, ele afirmou que vai inaugurar uma “era de ouro” nos Estados Unidos.
“Vamos ajudar nosso país a se curar. Vamos consertar nossas fronteiras, consertar tudo no nosso país. Fizemos história, superamos obstáculos. É uma vitória política que nosso país nunca viu antes“, disse Trump.
A apuração nos Estados Unidos é diferenciada, cada estado possui autonomia para organizar a votação e a contagem dos votos. Como resultado, os procedimentos variam significativamente, e o país não possui um órgão central, como um tribunal eleitoral superior, para unificar a organização e o monitoramento da eleição.
As urnas de alguns estados permitem a votação antecipada, e os eleitores também podem enviar suas cédulas pelo correio, desde que cheguem até o dia da eleição.
Esse modelo faz com que o tempo de purificação varie de estado para estado. Durante a apuração, fiscais dos partidos democratas e republicanos acompanharam o processo e, se o resultado for muito apertado, é possível solicitar uma recontagem.
A eleição presidencial, na prática, é o somatório dos resultados das eleições legislativas realizadas em cada um dos 50 estados.
No plano federal, quem divulga o resultado final são os veículos de imprensa, com a Associated Press sendo a primeira organização a fazer esse anúncio historicamente. A agência, que foi fundada em 1846 como uma cooperativa de empresas jornalísticas, totaliza os votos a partir dos dados enviados por cada estado.
Anna Johnson, chefe do escritório da AP em Washington, explicou a complexidade da contagem de votos.
“Temos 4 mil pessoas nos centros de totalização de cada condado em todo o país. São os lugares onde os funcionários responsáveis pela eleição tabulam os votos. Recebemos a informação diretamente dos locais de contagem e verificamos três vezes. Depois, rechecamos várias vezes até ter Certeza de que está correto. Só declaramos o vencedor quando não há mais nenhuma chance do segundo colocado superar o que está na frente”, disse Anna Johnson.
Cada estado também possui regras específicas para a contagem de votos antecipados e enviados por correio. Na Pensilvânia, um dos estados mais competitivos, por exemplo, a legislação permite que os votos antecipados sejam retirados dos envelopes e preparados para apuração após o fechamento das urnas no dia da eleição.
Para vencer a eleição, não é necessário obter a maioria dos votos populares, mas sim alcançar a maioria dos delegados do Colégio Eleitoral.
Cada estado possui um número de delegados proporcional à população local, e o candidato que vencer em um estado leva todos os delegados daquele local.
“Cada vez que declaramos que um candidato venceu num determinado estado, damos a ele o número de delegados correspondentes naquele estado – até que um deles atinja o total de 270 delegados no colégio eleitoral”, detalhou Johnson.
Segundo Johnson, a precisão e a transparência são fundamentais para garantir a confiabilidade do processo.
“Manter a total transparência do nosso trabalho é uma maneira de combater a desinformação que envolve o processo eleitoral”, disse Johnson.
A eleição deste ano apresentou disputas acirradas em estados como Carolina do Norte e Geórgia. Com mais de 95% das urnas apuradas, Trump registrou 51% dos votos nesses estados, enquanto sua adversária, a democrata Kamala Harris, tinha 48%.
A Carolina do Norte contabiliza 16 delegados para o Colégio Eleitoral, enquanto a Geórgia possui 9.
Além desses, outros estados-pêndulo decisivos incluem Arizona (11 delegados), Pensilvânia (19), Michigan (15), Nevada (6) e Wisconsin (10). Com apuração ainda em andamento, Trump manteve a liderança em todos esses estados.
Na Pensilvânia, com 93% dos votos contados, o republicano foi três pontos percentuais à frente de Kamala (51% a 48%). Em outros estados, como Arizona, Michigan, Nevada e Wisconsin, Trump também liderou com percentuais variando entre 51% e 52%, contra 46% a 49% de Kamala.
A derrota de Kamala na Carolina do Norte destacou uma das dificuldades enfrentadas pela campanha democrata na busca pelo apoio da população negra, que representa 20% da população no estado.