Em três meses de campanha, a candidatura democrata enfrentou uma eleição marcada por negociações internas e mudanças no eleitorado.
Após Kamala Harris sofrer uma derrota eleitoral pela Casa Branca na manhã desta quarta-feira (6), eleitores e algumas autoridades do partido democrata ficaram atônitos. Trump garantiu 277 delegados no Colégio Eleitoral, ultrapassando os 270 necessários. Ele já havia se declarado vencedor cerca de uma hora antes, após projeções indicarem sua vitória na Pensilvânia, outro estado-chave da disputa.
Harris, que se lançou após a desistência do presidente Joe Biden, esperava mobilizar votos de jovens e mulheres, dois grupos importantes para uma base democrata. Mas Trump conseguiu aumentar o apoio entre eleitores de até 45 anos e eleitoras do sexo feminino, segundo dados da pesquisa de boca de urna da Edison Research.
Biden, que havia anunciado a candidatura à reeleição em abril de 2023 e acreditava ser o único democrata capaz de vencer Trump. Em julho, porém, após pressões internacionais e crescentes questionamentos sobre sua saúde, o presidente optou por abrir caminho para Harris, que entrou na disputa em meio a críticas de que o partido falhou em realizar uma primária para definir uma substituição mais cedo.
A campanha de Kamala Harris buscou promover uma visão inclusiva e de apoio econômico para famílias americanas, mas encontrou desafios inesperados, como uma preocupação crescente com questões econômicas e políticas externas.
O apoio do governo Biden-Harris a Israel em seu ataque a Gaza gerou divisões no partido, afetando a popularidade de Harris entre democratas progressistas.
No lado republicano, a retórica anti-imigração de Trump e as propostas econômicas, como a aplicação de tarifas sobre importações estrangeiras entre problemas com o impacto da imigração na economia local, contribuíram para a campanha, mesmo com as propostas sendo alvo de críticas de economistas e especialistas.
Internamente, a derrota de Kamala gerou reações fortes no Partido Democrata. Doador de longos dados, o investidor Bill Ackman declarou que o partido “enganou o povo norte-americano” ao manter Biden na disputa por tanto tempo e criticou a falta de uma prévia interna.