Rede MLC
Política

Moraes cita a si mesmo 44 vezes para liberar ação da Polícia Federal

Ministro Alexandre de Moraes — Foto: Divulgação
Publicidade

O magistrado recorreu à terceira pessoa para autorizar a Operação Contragolpe.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), citou si mesmo 44 vezes no texto que autorizou a Operação Contragolpe, da Polícia Federal (PF). A operação investiga militar e um agente federal por um suposto plano de atentado contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o próprio Moraes, que figura no caso como vítima e relator.

A autorização foi encaminhada à PF na terça-feira (19). Na decisão, Moraes citou Lula e Alckmin 16 e 12 vezes, respectivamente. 

Ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, (Foto de DOUGLAS MAGNO/AFP via Getty Images)
Ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes — Foto: Douglas Magno/AFP/Via Getty Imagens

Para o senador Rogério Marinho (PL-RN), líder da oposição no Senado, a imparcialidade do ministro é questionável

Como pode um investigado ter um julgamento justo se o juiz é a própria vítima do suposto crime?”, criticou também o ex -procurador da Lava Jato, Deltan Dallagnol, nas redes sociais.

“A investigação obteve novos elementos de prova que mostram a realização de ações direcionadas ao planejamento, organização e execução de ações para monitorar o ministro Alexandre de Moraes”, afirma trecho da decisão, em que Moraes se refere a si mesmo na terceira pessoa.

A operação, realizada em estados como Rio de Janeiro, Goiás,Amazonas e no Distrito Federal, foi realizada na prisão de quatro militaresdo Exército e de um agente da PF, além do cumprimento de três mandatos de busca e apreensão e 15 medidas cautelares alternativas à prisão. O Exército acompanhou a execução dos mandatos. 

Segundo a PF, o suposto atentado, denominado “Punhal Verde e Amarelo”, estava programado para o dia 15 de dezembro de 2022. A investigação aponta que as descobertas foram descobertas na Operação Tempus Veritatis, durante a análise de dados armazenados nos celulares apreendidos com Rafael Oliveira, um dos investigados.

Segundo a Folha de S.Paulo, procurado, Moraes não se pronunciou sobre o caso. Essa não é a primeira vez que o magistrado ocupa os papéis de vítima e julgador, suscitando debates sobre a imparcialidade no sistema judiciário.
Publicidade

Leia mais

Ditador da China, Xi Jinping, é recebido por Lula no Palácio da Alvorada

Indra Miranda

Lula recebe líderes estrangeiros para abrir a cúpula do G20

Indra Miranda

Biden chega a Manaus e faz sobrevoo na Floresta Amazônica

Lucyana Gadelha

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Entendemos que você está de acordo com isso, mas você pode cancelar, se desejar. Aceito Leia Mais