A mulher, de 42 anos, foi confundida com uma procurada por tráfico de drogas, foragida de Minas Gerais, oito anos mais jovem.
Uma mulher que procurou uma delegacia em Petrópolis, na Região Serrana do Rio de Janeiro, para denunciar o marido por agressão e pedir medidas protetivas foi presa por engano no último domingo (16). Debora Cristina da Silva Damasceno, de 42 anos, passou três dias detida e só foi liberada nesta terça-feira (18), após a Justiça reconhecer o erro.
Ela foi confundida com uma mulher procurada por tráfico de drogas. Apesar de os nomes serem semelhantes, a foragida é de Minas Gerais, oito anos mais jovem e não possui o sobrenome “da Silva”. Além disso, Debora nunca viajou para Belo Horizonte, cidade de origem da procurada.
O registro de ocorrência mostra que Debora chegou à delegacia com marcas de agressão, mas, mesmo assim, recebeu voz de prisão.
“Meu chão caiu. Passei um perrengue que não era para mim. Quero minha casa, quero ver minha mãe, minha vó que está com 82 anos desesperada. Foi apavorante”, desabafou Debora.
O filho de Debora, Fabrício Damasceno, expressou indignação com o ocorrido. “Tô sentindo uma tristeza forte, uma saudade da minha mãe, e muito indignado com a Justiça”, disse ele, na porta do presídio.

Confusão com nomes levou à prisão
A prisão ocorreu após os policiais consultarem o sistema e encontrarem um mandado de prisão em nome de Debora Cristina Damasceno, sem o sobrenome “da Silva”, por tráfico de drogas e associação criminosa.
A família tentou explicar as diferenças: além da idade e do sobrenome, a procurada é de Belo Horizonte, enquanto Debora nunca esteve na cidade.
“Saber que você é inocente e está passando por algo que não é para você… Quando falaram o lugar, BH, eu não sei nem como faz para chegar lá”, lamentou Debora.
Na audiência de custódia, o juiz Alex Quaresma Ravache identificou o equívoco e determinou a soltura de Debora. Ele constatou que o mandado de prisão havia sido expedido pela comarca de Belo Horizonte e encaminhou documentos que comprovavam o erro.
A Justiça mineira emitiu uma certidão confirmando a inclusão incorreta do sobrenome “Silva” no mandado e ordenou a liberação da mulher. No entanto, devido à burocracia, Debora só deixou a cadeia por volta das 18h desta terça-feira (18).
A TV Globo entrou em contato com o Tribunal de Justiça de Minas Gerais, que admitiu o equívoco no mandado de prisão. Já a Polícia Civil do Rio de Janeiro afirmou que apenas cumpriu o mandado que constava no sistema.
Sobre a denúncia de agressão feita por Debora, a polícia informou que a investigação está em andamento e que medidas protetivas foram solicitadas para garantir a segurança da vítima.