Rede MLC
Esporte

MPF abre consulta pública para enfrentar racismo no futebol

Caso de racismo sofrido pelo jogador Luighi Hanri Sousa Santos, da equipe sub-20 do Palmeiras, foi a motivação do inquérito. - Foto: Reprodução
Publicidade
Publicidade

A consulta pública é um passo para fortalecer políticas antirracistas no futebol, alinhando clubes, torcedores e autoridades no combate à discriminação.

Ministério Público Federal (MPF) está recebendo sugestões da sociedade civil para combater o racismo no futebol por meio de uma consulta pública. As propostas podem ser enviadas até 23 de junho para o e-mail da Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão no Rio de Janeiro.

Posteriormente, as contribuições serão debatidas com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), os Ministérios do Esporte e da Igualdade Racial em uma reunião marcada para 28 de junho.

Publicidade

A iniciativa é resultado de um inquérito civil aberto pelo MPF para apurar se houve omissão da CBF no caso de racismo sofrido pelo jogador Luighi Hanri Sousa Santos, da equipe sub-20 do Palmeiras. O episódio ocorreu em 6 de março, durante um jogo contra o Cerro Porteño-PAR, válido pela Copa Libertadores Sub-20.

Na última sexta-feira (28), o MPF se reuniu com representantes da CBF, dos ministérios e da plataforma JusRacial para discutir medidas contra o racismo no esporte. Os participantes concordaram que é necessário aprofundar ações preventivas e coercitivas, além de incluir a sociedade no debate.

CBF deve se manifestar sobre os pontos discutidos, enquanto a JusRacial e o Ministério da Igualdade Racial têm até 15 de junho para consolidar propostas. Depois, as sugestões serão analisadas.

Acusações de negligência contra a CBF

JusRacial apontou três falhas da CBF no caso Luighi:

  1. Não questionou a decisão do árbitro de não interromper o jogo, contrariando regras da Conmebol;
  2. Não solicitou a súmula do jogo, que poderia comprovar se o árbitro estava preparado para lidar com racismo;
  3. Não contestou o valor da multa aplicada, que foi menor que punições por propaganda irregular, mesmo a Conmebol considerando o racismo uma infração gravíssima e imprescritível.

“É imprescindível que federações se posicionem e adotem medidas para evitar casos como o de Luighi”, reforçam os procuradores.

O episódio ocorreu em 6 de março, durante um jogo contra o Cerro Porteño-PAR, válido pela Copa Libertadores Sub-20. – Foto: Reprodução

Fundamento e obrigações 

O inquérito foi aberto com base na Convenção Interamericana contra o Racismo, que exige a prevenção de discriminação no esporte. O MPF também citou a Constituição Federal de 1988, destacando a liberdade de expressão versus discurso de ódio e o papel do esporte no combate ao racismo.

Os procuradores Julio José Araujo Junior e Jaime Mitropoulos, responsáveis pelo caso, afirmam que há dois grandes desafios:

  1. “O posicionamento firme do Estado brasileiro e das entidades esportivas contra o racismo e a prevenção de atrocidades.”
  2. “A adoção de práticas concretas de enfrentamento, em diálogo com a sociedade civil e instituições de direitos humanos.”

Esporte como aliado contra o racismo

Apesar de ser cenário de episódios racistas, o futebol tem potencial transformador. Em 2022, a ONU lançou o plano The Game Plan, com estratégias para combater o discurso de ódio no esporte, como:

  • Debater abertamente o tema
  • Promover mensagens positivas
  • Capacitar atletas, torcedores e árbitros
  • Reconhecer iniciativas bem-sucedidas

No Brasil, a Lei Geral do Esporte e o Estatuto da Igualdade Racial já preveem mecanismos de combate à discriminação. O MPF defende que é preciso avançar na aplicação dessas normas, com articulação entre entidades esportivas e governo.

Publicidade

Leia mais

Colo-Colo x Fortaleza é cancelado após invasão e mortes de 2 torcedores

Lucyana Gadelha

Seleção Brasileira Feminina vence os EUA nos acréscimos e encerra jejum de 10 anos

Lucyana Gadelha

Kevin De Bruyne anuncia saída do Manchester City após 10 anos de glórias

Lucyana Gadelha

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Entendemos que você está de acordo com isso, mas você pode cancelar, se desejar. Aceito Leia Mais