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Economia

Crescimento do PIB em 2023 surpreende o mercado e supera expectativas mais otimistas

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O PIB entre julho e setembro deste ano cresceu 0,1% na comparação com o trimestre anterior

Superando as expectativas mais otimistas do mercado, o Produto Interno Bruto (PIB) apresentou crescimento no terceiro trimestre de 2023. A mediana das expectativas era de uma redução de 0,2% na comparação com o trimestre anterior. A estimativa mais otimista era de uma variação nula.

Apesar disso, o PIB entre julho e setembro deste ano cresceu 0,1% na comparação com o trimestre anterior. A soma dos produtos e serviços gerados na economia brasileira somou R$ 2,741 trilhões. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o PIB está 7,2% acima do quarto trimestre de 2019.

Entre os setores, como esperado, o agronegócio apresentou o pior desempenho, com uma queda de 3,3% após cinco trimestres consecutivos de alta. Já o desempenho da indústria e dos serviços surpreendeu de forma positiva. Os dois setores cresceram 0,6% no trimestre. A projeção para os serviços era de pouco acima de zero, mas o prognóstico para a indústria era de variação zero ou uma leve retração.

Outro sinal positivo para a economia é o setor externo. No terceiro trimestre, as importações caíram 2,14% e as exportações cresceram 3,95%. Na comparação anual, as importações caíram 6,14% e as exportações aumentaram 9,99%.

Agronegócio

Em um primeiro momento, a queda de 3,3% na produção do agronegócio indicaria um período tenebroso, mas o próprio IBGE descartou essa hipótese. Segundo o Instituto, a queda decorre de características do setor. A lavoura brasileira mais importante é a soja, cuja colheita é concentrada no primeiro semestre. Os dados do PIB comparam “um trimestre em que há um grande peso da soja com outro em que ela não pesa quase nada”, informou o comunicado. A queda no trimestre era esperada, mas 2023 está sendo um bom ano para o setor. Na comparação anual, com o terceiro trimestre de 2022, a agropecuária avançou 8,8%.

Indústria

O crescimento magro da indústria foi provocado pela desaceleração do setor de construção civil, cuja atividade recuou 3,8% no terceiro trimestre, após crescimentos fortes em 2021 e em 2022. No entanto, os juros altos, a taxa de ocupação reduzida e o aumento dos preços dos insumos cobraram um pedágio alto. No acumulado do ano, a construção recuou 0,9% frente ao mesmo período do ano anterior.

As indústrias extrativas e de transformação ficaram estáveis. Ambas apresentaram crescimentos de 0,1%. E as temperaturas não exatamente amenas, aliadas às chuvas abundantes (que não elevaram as tarifas de energia) fizeram o setor de eletricidade, gás, água e saneamento e gestão de resíduos crescer 3,6%. A indústria investiu menos. A Formação Bruta de Capital Fixo, que representa os investimentos, caiu 2,5% frente ao segundo trimestre. Foi a quarta queda consecutiva desse indicador, devido à política de juros elevados.

2024

A análise dos resultados do terceiro trimestre permite não só saber o que está acontecendo, mas refinar as previsões para o que poderá ocorrer em 2024.

O resultado desta terça-feira indica um “carry over” de 3,0% para o ano e de 0,3% para 2024. Ou seja, se o PIB apresentar crescimento nulo no próximo trimestre, teremos uma alta de 3,0% no acumulado de 2023.

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