Jovem teve uma infecção simultânea, chamada de coinfecção, com diagnóstico de Oropouche e Covid-19
Uma adolescente de 15 anos morreu por febre Oropouche, segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa). A jovem teve uma infecção simultânea, chamada de coinfecção, com diagnóstico de Oropouche e Covid-19.
Até o dia 3 de fevereiro, a capital contabilizou 672 casos confirmados da doença em 2024.
Os dados estão disponíveis na quinta edição do Informe Epidemiológico de Arboviroses divulgados na última segunda-feira (5). As informações são referentes ao período de 28 de janeiro a 3 de fevereiro deste ano.
Nesta edição, constam 163 novos casos confirmados de Oropouche. A confirmação de casos é feita por exame laboratorial. Ao todo, a doença contabiliza 672 casos apenas em Manaus.
Atualmente, não há casos em investigação pela arbovirose.
O Informe Epidemiológico de Arboviroses é elaborado pelas gerências de Vigilância Epidemiológica, de Vigilância Ambiental e Controle de Agravos por Vetores, e do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde da Semsa. Os dados são oriundos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), via Sinan-Online e Sinan Net, e do Gerenciador de Ambiente Laboratorial (GAL), estando sujeitos a atualização.
A gerente de Vigilância Epidemiológica da Semsa, Viviana Almeida, aponta a ocorrência de casos graves por coinfecção de arboviroses e de outras doenças sazonais, como a Covid-19 e a malária. Foi o caso da adolescente de 15 anos, que morreu em decorrência da febre Oropouche. Ela teve diagnóstico de Oropouche e Covid-19.
“A coinfecção de arboviroses e outras doenças traz um risco maior de agravamento da saúde, em especial para populações como crianças, idosos, pessoas com comorbidades e gestantes”, relata a gerente.
Conforme Viviana, a Semsa está reforçando as ações de detecção e monitoramento, por meio de nota técnica orientando os profissionais da rede básica quanto à solicitação de exames em caos suspeitos, bem como a intensificar as orientações à população para as medidas de proteção individual e eliminação dos criadouros domésticos dos mosquitos transmissores.
Viviana alerta ainda para os cuidados de prevenção entre gestantes, em razão da circulação do zika vírus, que teve dois casos confirmados neste ano em mulheres grávidas.
“Apesar de não ser um número elevado, requer atenção, pois a infecção por zika durante a gravidez pode resultar em sequelas no desenvolvimento neurológico do feto”.
Prevenção e controle
A gerente de Vigilância Epidemiológica reafirma o papel essencial da população na identificação e na eliminação dos potenciais focos de proliferação nos quintais e no interior das residências, e alerta ainda para medidas auxiliares de prevenção, como utilizar repelentes, vestir roupas que reduzam a exposição da pele e evitar atividades ao ar livre em áreas de infestação por mosquitos.
Características da Febre Oropouche
A Febre Oropouche é transmitida por um mosquito específico, o Culicoides paraense, popularmente conhecido como maruim. Além disso, mosquitos do gênero Culex também podem atuar como vetores. No ciclo selvagem, animais primatas e o bicho-preguiça atuam como hospedeiros. Já na vida humana, o homem é o principal hospedeiro, sendo a picada do mosquito a forma de transmissão, e é importante ressaltar que o vírus não é transmitido de pessoa para pessoa.
O período de incubação do vírus varia de 4 a 8 dias, e os primeiros sinais da doença começam a se manifestar nesse período. Os sintomas são semelhantes aos da dengue, incluindo febre alta, dor de cabeça, dores nas articulações e calafrios.
Embora os sintomas costumem durar de 5 a 7 dias, a recuperação total do paciente pode levar semanas. O diagnóstico é feito por meio de um exame específico chamado PCR, que identifica o vírus no sangue. Até o momento, não existe vacina ou antiviral disponível para o tratamento da Febre Oropouche. O tratamento é realizado com medicamentos para aliviar os sintomas e hidratação.
Prevenção é a chave
Diante do aumento significativo de casos, a prevenção torna-se fundamental. Algumas medidas podem ser adotadas para evitar a propagação da doença:
- Uso de repelentes: utilize repelentes durante o dia e à noite para proteção contínua.
Vestuário adequado: prefira roupas que cubram a pele, como camisas de manga longa e calças.
Proteção em ambientes críticos: utilize telas e mosquiteiros em áreas com maior concentração de mosquitos. - Eliminação de criadouros: reduza os possíveis locais de reprodução dos mosquitos, eliminando águas paradas e adotando medidas para evitar acúmulo de água.