A informação está no documento em que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), expede os mandados de prisão contra os três.
A Polícia Federal aponta nas investigações que a morte da vereadora Marielle Franco foi um crime idealizado pelos irmãos Domingos e Chiquinho Brazão e planejado pelo delegado Rivaldo Barbosa, que assumiu o comando da Polícia Civil do Rio de Janeiro um dia antes do crime, em março de 2018. Os três foram presos pela PF neste domingo (24).
A ordem de prisão foi expedida pelo ministro Alexandre de Moraes, responsável pela investigação no Supremo Tribunal Federal (STF), com a concordância da Procuradoria-Geral da República (PGR). Moraes tirou o sigilo dos documentos após as prisões.
O delegado Rivaldo Barbosa é suspeito de participar ativamente do plano e também de obstruir as investigações do assassinato. Já os irmãos Brazão são apontados como os mandantes do crime pelos investigadores.
De acordo com a PF, os dois encomendaram a morte de Marielle por uma disputa de terras que envolvia interesses da milícia e grilagem.
Para que o crime desse certo, contrataram os serviços de assassinato, praticado por Ronnie Lessa, que está preso e fechou um acordo de delação premiada; e o de “garantia de impunidade”, por meio de uma organização criminosa na Delegacia de Homicídios do Rio de Janeiro comandada por Rivaldo Barbosa.
Segundo as investigações, o crime foi executado pelos ex-policiais Ronnie Lessa, autor dos 13 disparos que mataram Marielle e Anderson, e Élcio de Queiroz, que dirigiu o carro na noite do crime.
No documento, Rivaldo fez uma única exigência: que Marielle não fosse executada no trajeto de deslocamento para a Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro, chegando ou saindo dela.
Os suspeitos foram presos no Rio de Janeiro e levados a Brasília. Dois deles serão transferidos a presídios federais em outros estados.
O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, declarou “vitória do Estado brasileiro” e afirmou que os trabalhos estão encerrados.
Relembre o caso
No dia 14 de março de 2018, a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes foram mortos no Centro do Rio de Janeiro.
Em uma esquina no bairro do Estácio, um Cobalt prata emparelhou com o veículo dirigido por Anderson, e do banco de trás partiram vários disparos. O carro em que viajavam foi seguido desde a Lapa, onde a vereadora participou de um debate. Marielle e Anderson morreram na hora.
Fernanda Chaves, a assessora que estava ao lado da vereadora, escapou com vida.