O segmento de joias religiosas ganha força ao atender consumidores em busca de significado espiritual e cultural nas peças que adquirem.
Nos últimos anos, o mercado de joias no Brasil tem passado por mudanças significativas, com destaque para o crescimento das joias religiosas.
Peças com significado espiritual, além de estéticas, estão ganhando popularidade, especialmente aquelas associadas às religiões de matriz africana, conquistando uma parcela crescente de consumidores.
Um dos nomes de destaque nesse segmento é Diego de Oxóssi, conhecido como o “Joalheiro dos Orixás“. Para Oxóssi, a criação de cada peça vai muito além de um simples ornamento, sendo, na verdade, uma expressão de espiritualidade e pertencimento.
“Cada joia que crio não é apenas um acessório, mas um verdadeiro talismã, uma extensão da fé e da cultura de quem a usa”, explica Diego.
O artesão percebe que a demanda por produtos personalizados com um propósito específico tem se destacado como uma das principais forças do mercado.
Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Joias, o segmento de joias religiosas tem apresentado um crescimento de cerca de 8% ao ano. Esse aumento foi especialmente intensificado durante e após a pandemia, quando as pessoas buscaram um sentido maior de conexão espiritual em meio à incerteza.
Em 2023, o mercado de joias no Brasil movimentou cerca de R$ 25 bilhões, com uma parcela significativa desse montante dedicada às joias religiosas.
Um estudo da Euromonitor International revelou que 15% dos consumidores de joias no Brasil estão interessados em peças com significado espirituais ou religiosas.
O trabalho de Diego reflete essa tendência. Ele observa que as joias que representam orixás e outros símbolos das religiões afro-brasileiras estão cada vez mais em alta, especialmente em um contexto de maior valorização da cultura afro-brasileira.
“O que vemos no mercado é uma demanda crescente por produtos que tenham um propósito, que conectem as pessoas às suas crenças e às suas raízes. Isso faz toda a diferença,“ afirma Diego.
Esse setor, que alia tradição, espiritualidade e modernidade, demonstra que as joias podem ser muito mais do que acessórios de luxo, mas também verdadeiros instrumentos de expressão pessoal e espiritual.
“Acredito que esse é o futuro do mercado de joias: a personalização e a conexão emocional. E, claro, para nós que trabalhamos com peças que representam o sagrado, isso é ainda mais intenso,“ concluiu Diego.