A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, afirmou que continuará no cargo depende apenas de uma decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). As declarações foram dadas na terça-feira (22), após uma série de reportagens publicadas pelo site Alma Preta, que apontam supostas acusações de assédio moral envolvendo a ministra e a secretária-executiva, Maria Helena Guarezi.
Segundo o site Alma Preta, funcionárias e ex-funcionárias relataram episódios de assédio moral no Ministério das Mulheres. Uma das acusações menciona a missão de uma segurança de priorizar campanha eleitoral ao invés de funções ministeriais.
O caso ganhou ainda mais repercussão com o relato de que a ex-secretária de Articulação Institucional, Ações Temáticas e Participação Política, Carmen Foro, exonerada em agosto, teria sido alvo de práticas abusivas. Após a demissão, o ministro teria ameaçado dispensar toda a equipe da ex-secretária.
As denúncias referem-se a um ambiente de trabalho considerado tóxico, com funcionárias portadoras de síndrome de burnout, crises de pânico e ansiedade. Desde o início da gestão de Cida Gonçalves, 59 demissões foram registradas no Diário Oficial da União.
A Controladoria-Geral da União (CGU) já está investigando as acusações e solicitando informações ao ministério para apurar os fatos. Em setembro, Cida Gonçalves declarou apoio à ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, que alegou ter sido vítima de assédio sexual pelo ex-ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, uma acusação que ele negou.
Em nota, o Ministério das Mulheres reafirmou o compromisso com os direitos humanos e condenou práticas de violência e assédio contra mulheres, ressaltando que tais comportamentos são incompatíveis com os princípios da Administração Pública Federal.
O caso segue em investigação, e o ministro aguarda a conclusão das apurações enquanto continua suas atividades normalmente no governo.