Gisèle e Dominique Pelicot se casaram em 1973 e se separam depois de 51 anos de matrimônio.
Nesta segunda-feira (9), a francesa Gisèle Pelicot conseguiu concluir o processo de divórcio de Dominique Pelicot, acusado de dopá-la e de recrutar desconhecidos para que a estuprassem, durante dez anos.
Os advogados anunciaram à família a conclusão do processo de divórcio no primeiro dia do julgamento penal, em 2 de setembro, mas só nesta segunda divulgaram a informação ao público geral.
Em 2020, quando descobriu ter sido vítima dos crimes do marido, Gisèle Pelicot decidiu voltar a usar o nome de solteira.
Na última quinta-feira (5), ela e os três filhos do ex-casal disseram à imprensa internacional que concordavam com a publicação do sobrenome Pelicot.
O caso de Gisèle Pelicot
Gisèle descobriu que era vítima do marido em 2020, quando ele foi preso após ser flagrado enquanto filmava debaixo das saias de mulheres em um shopping na França.
O francês misturava remédios nas refeições da mulher para dopá-la e entrava em sites de encontros para buscar homens interessados em ter relações sexuais com a vítima inconsciente.
As autoridades locais encontraram computadores, HDs e pen drive com mais de 4 mil fotos e vídeos de Gisèle.
A polícia diz ter evidências de cerca de 200 estupros realizados entre 2011 e 2020, inicialmente em sua casa fora de Paris, mas principalmente em Mazan, para onde se mudaram em 2013.
As investigações concluíram que Gisèle Pelicot foi estuprada por 72 homens. A polícia conseguiu identificar apenas 50.
Todos, com idades entre 26 e 40 anos, respondem por estupro qualificado, assim como Dominique Pelicot.
As provas apresentadas ao tribunal indicam que o ex-marido, de 71 anos, admitiu à polícia que sentia satisfação ao assistir outros homens fazendo sexo com a esposa enquanto ela estava inconsciente.
Dominique Pelicot é julgado desde semana passada pelos crimes, junto a outros 50 réus, num tribunal penal de Avignon, na França.