A estatal passou parte de 2024 com elevadas defasagens nos preços dos combustíveis e sob ataque de ala do governo contrária a Prates
Jean Paul Prates, presidente da Petrobras, foi demitido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nessa terça-feira (14). Na segunda-feira, a Petrobras anunciou lucro de R$ 23,7 bilhões no primeiro trimestre de 2024, queda de 38% em relação ao mesmo período do ano anterior. A empresa anunciou o pagamento de R$ 13,4 bilhões em dividendos a seus acionistas.
Do ponto de vista operacional e político, foi um trimestre bem conturbado. A estatal passou parte do período com elevadas defasagens nos preços dos combustíveis e sob ataque de ala do governo contrária a Prates. A gestão Prates passou semanas sob ataque de alas do governo após a retenção dos dividendos referentes ao quarto trimestre de 2023, decisão tomada em Brasília contra a vontade da direção da estatal.
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O presidente Lula decidiu recuar e aprovou o pagamento de 50% dos dividendos extraordinários, como havia sugerido a empresa inicialmente, e Prates ganhou sobrevida no cargo. As ações da empresa reagiram e recuperaram as perdas durante a crise.
No balanço de 2023, o governo cedeu e aprovou a distribuição de R$ 22 bilhões em dividendos extraordinários da Petrobras. O valor aprovado corresponde a 50% do lucro excedente de 43,9 bilhões que havia registrado e retido.
Após semanas de idas e vindas, com fortes impactos sobre as ações da estatal, a União não só recuou como recomendou à empresa que avalie a distribuição dos 50% restantes.