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Meio Ambiente

Aumento de queimadas e seca severas no Amazonas: Cenário de emergência ambiental

Estiagem severa também ajuda a aumentar o número de incêndios no Amazonas. — Foto: Divulgação/PC-AM
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Capital Manaus com o chamado “arco do fogo” no sul do Amazonas enfrentam emergência ambiental com seca antecipada e focos de calor.

O Amazonas registrou mais de cem focos de queimadas em um único dia, em meio à seca severa que atinge a região. Os dados são do Programa de BDQueimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), com registro de 117 focos de incêndio na última terça-feira (16).

Este número contrasta drasticamente com o mesmo período do ano passado, quando apenas um foco foi registrado no dia 16 de julho de 2023.

Desde o início de julho, o Amazonas tem uma média de 21 focos de calor por dia, mas os números dispararam recentemente: 117 focos no dia 16 e 70 no dia 17 de julho de 2024.

Lábrea, um município no sul do Amazonas, figura como o segundo com mais focos de queimada no país em julho, com mais de 180 focos de calor até a terça-feira.

A cidade, que tem forte presença da pecuária, só perde para Corumbá, no Pantanal de Mato Grosso do Sul.

No total, as queimadas no Amazonas somaram 443 focos até o dia 16 de julho deste ano, um aumento de 199% em relação aos 148 focos registrados no mesmo período do ano passado.

Emergência Ambiental

A crescente quantidade de queimadas levou o estado do Amazonas a decretar situação de emergência ambiental em 22 dos 62 municípios.

O cenário atual parece repetir o de 2023, quando o estado registrou mais de 20 mil queimadas ambientais, tornando-se o segundo pior ano desde 1998.

Entre as cidades em estado de emergência ambiental estão:

  • Apuí
  • Novo Aripuanã
  • Manicoré
  • Humaitá
  • Canutama
  • Lábrea
  • Boca do Acre
  • Manaus
  • Iranduba

Além disso, 20 municípios situados nas calhas dos rios Juruá, Purus e alto Solimões também estão em situação de emergência devido à seca, que pode ser ainda mais severa que a do ano passado.

Impactos da seca

A seca já está causando sérios problemas no estado. Em Manaus, o nível do Rio Negro desceu mais de 60 centímetros somente em julho.

No município de Envira, mais de dez mil pessoas foram impactadas, com comunidades isoladas e embarcações encalhadas.

Em julho de 2023, o Rio Tarauacá media 8,55 metros, mas um ano depois, em julho de 2024, estava com apenas 5,26 metros.

Rios Envira e Tarauacá sofrem estiagem severa no interior do Amazonas — Foto: Divulgação / Defesa Civil Municipal

Na foz do Rio Jurupari, as águas estavam em 1,22 metro, comparadas a 6,77 metros no mesmo período do ano passado.

O chefe da Defesa Civil, Ismael Dutra, aconselhou os moradores das regiões ribeirinhas a se abrigarem na sede do município e a guardarem alimentos, devido ao risco de isolamento.

“Estamos pedindo que a população guarde alimentos, que as pessoas que estão em comunidades rurais, principalmente as que tenham problemas de saúde, possam vir para a sede do município porque existe sim um risco de isolamento”, disse Dutra.

Emergência ambiental

O governo do Amazonas declarou situação de emergência ambiental em 22 dos 62 municípios do estado. Durante o período de 180 dias, está proibida a prática de fogo, seja com ou sem uso de técnicas de queima controlada.

Os municípios em emergência ambiental são:

  • Apuí
  • Novo Aripuanã
  • Manicoré
  • Humaitá
  • Canutama
  • Lábrea
  • Boca do Acre
  • Manaus
  • Iranduba
  • Novo Airão
  • Careiro da Várzea
  • Rio Preto da Eva
  • Itacoatiara
  • Presidente Figueiredo
  • Manacapuru
  • Careiro
  • Autazes
  • Silves
  • Itapiranga
  • Manaquiri
  • Maués
  • Tapauá

Além disso, o Amazonas também declarou situação de emergência em 20 municípios localizados nas calhas dos rios Juruá, Purus e alto Solimões, devido à seca que atinge os rios do estado, podendo ser mais severa que a do ano anterior, segundo a administração estadual.

Esta medida também terá duração de 180 dias.

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