Crianças, idosos e imunodeprimidos são os mais afetados pelas toxinas liberadas pelas queimadas.
As queimadas em Manaus têm levado a um aumento significativo de internações por síndromes gripais e respiratórias, especialmente entre crianças, idosos e pessoas imunodeprimidas.
Esses grupos são os mais vulneráveis às substâncias tóxicas liberadas pela queima da floresta amazônica, que provocam uma resposta inflamatória persistente nos pulmões e agravam as condições de saúde da população.
De acordo com o Programa Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), até o dia 27 de agosto, foram identificados 28.697 focos de incêndio no bioma, um aumento de 83% em comparação ao mesmo período de 2023, quando 15.710 focos foram registrados.
Esse número está 38% acima da média dos últimos 10 anos, evidenciando um cenário preocupante.
No acumulado do ano, de 1º de janeiro a 27 de agosto, já são 53.620 focos de queimadas na Amazônia, um aumento de 80% em relação a 2023, que registrou 29.826 focos no mesmo período.
Estudos mostram que a associação entre as queimadas florestais e a piora na qualidade do ar tem contribuído para o aumento das infecções respiratórias no estado.
As micropartículas liberadas pela fumaça se depositam nos pulmões e aumentam o risco de hospitalizações, especialmente em pessoas com comorbidades.
Esse cenário não apenas impacta a saúde pública, mas também impõe altos custos econômicos ao Sistema Único de Saúde (SUS), devido a sobrecarga de doenças respiratórias.
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A situação se agrava no contexto pós-pandemia de COVID-19, onde muitas pessoas ainda enfrentam sequelas respiratórias. Com o aumento das queimadas nos meses mais secos, a pressão sobre o sistema de saúde do Amazonas tende a se intensificar, exigindo medidas urgentes para proteger a população.
As principais doenças que a fumaça das queimadas de Manaus pode causar
Asma:
Esta inflamação crônica das vias respiratórias já é um desafio por si só. No entanto, a fumaça das queimadas de Manaus agrava seus sintomas e eleva o risco de crises.
Bronquite:
Os brônquios, tubos que conduzem o ar aos pulmões, inflamam-se com a exposição à fumaça das queimadas de Manaus, levando a tosse, catarro, falta de ar e dor no peito.
Rinite:
A fumaça das queimadas pode desencadear reações alérgicas na mucosa nasal, ampliando os sintomas da rinite, incluindo espirros, coriza, coceira e obstrução nasal.
Além disso, a fumaça das queimadas contém substâncias cancerígenas que modificam o DNA das células, desencadeando mutações que podem levar ao câncer, especialmente de pulmão, laringe, faringe e esôfago.
Medidas de prevenção
- Por isso, evite exposição prolongada à fumaça, principalmente se você já tem problemas respiratórios ou cardíacos, ou se é uma criança ou idoso.
- Utilize máscaras ou lenços umedecidos para proteger as vias respiratórias e os olhos da fumaça, seja uma máscara de tecido ou cirúrgica. Umedecer as máscaras é uma prática recomendada.
- Mantenha-se hidratado, bebendo bastante água para preservar as mucosas e evitar a desidratação. Faça lavagem nasal com soro fisiológico ou rinossoro, utilizando uma seringa.
- Feche janelas e portas ou utilize filtros de ar para impedir a entrada da fumaça nos ambientes internos.
- Em caso de sintomas como tosse, falta de ar, dor no peito, ardência nos olhos ou irritação na pele, busque atendimento médico.
- Para aumentar a umidade do ar em ambientes internos, use umidificadores ou toalhas molhadas.
- Alivie a irritação ocular limpando os olhos com soro fisiológico ou água filtrada.