A operação está sendo desenvolvida com o apoio da FAB.
O governo brasileiro anunciou na segunda-feira (30) que uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) será utilizada para repatriar cidadãos brasileiros do Líbano, diante da piora nas condições políticas e de segurança no país. A informação foi confirmada pelo Ministério das Relações Exteriores em um comunicado.
“A operação, coordenada pelo Itamaraty e pelo Ministério da Defesa, terá a data anunciada nos próximos dias, após análise das condições de segurança para o voo. O planejamento inicial da Força Aérea Brasileira prevê a decolagem do aeroporto de Beirute, que se encontra aberto”, diz o texto.
De acordo com o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, até 240 brasileiros deverão ser repatriados até o fim desta semana.
Vieira destacou que a operação está sendo desenvolvida com o apoio da FAB e incluirá diversos voos, caso haja necessidade.
“Evidentemente, vai se dar prioridade às pessoas de idade, às mulheres, aos senhores, às mulheres grávidas, às crianças, aos que estejam doentes, aos que precisarem mais, esse será o critério. Mas vamos, na medida do possível, vamos atender com rapidez a todos os brasileiros que se encontram lá”, ressaltou Vieira.
O Líbano abriga cerca de 21 mil brasileiros, a maior comunidade no Oriente Médio, o que torna a operação desafiadora tanto pelos riscos quanto pelo grande número de pessoas envolvidas.
A Embaixada do Brasil no Líbano está em contato direto com a comunidade brasileira para prestar o suporte necessário. O governo solicitou que os cidadãos interessados em retornar preencham um formulário, como parte dos preparativos.
Críticas à demora na ação governamental
O Sindicato Nacional dos Servidores do Ministério das Relações Exteriores (Sinditamaraty) criticou a demora do governo em organizar a evacuação, emitindo uma nota em que alerta sobre os riscos que isso pode representar.
O texto afirma ainda que “a demora inaceitável por parte do ministério em agir pode custar vidas” e que “cabe citar que essa não é primeira vez que os servidores lidam com a ausência de orientações e protocolos claros: mais recentemente situação similar foi vivida na Cisjordânia”.
A situação no Líbano agravou-se nas últimas semanas, especialmente após a morte de líderes do Hezbollah, o que resultou em uma escassez de alimentos e água em várias regiões do país.
Ao menos dois brasileiros já perderam a vida durante os bombardeios, aumentando a urgência da operação de repatriação.