A febre do Oropouche é causada por um arbovírus do gênero Orthobunyavirus e foi identificado no Brasil pela primeira vez em 1960.
Nos primeiros 28 dias de 2025, o Brasil contabilizou 2.791 casos de febre do Oropouche, com a maior parte das infecções concentrada no Espírito Santo, que registrou 2.652 ocorrências. O estado do Rio de Janeiro confirmou 99 casos, enquanto Minas Gerais contabilizou 30.
“Quase três mil casos de Oropouche nas quatro primeiras semanas do ano, no Brasil – 95%, aproximadamente, registrados no Espírito Santo. É uma preocupação adicional em relação ao verão passado que enfrentamos”, afirmou Rivaldo Venâncio, secretário-adjunto de Vigilância em Saúde e Ambiente.
Outros estados também relataram casos da doença: Paraíba (7), Ceará (1), Paraná (1) e Roraima (1).
A febre do Oropouche é causada por um arbovírus do gênero Orthobunyavirus e foi identificado no Brasil pela primeira vez em 1960, a partir da análise do sangue de um bicho-preguiça encontrado durante as obras da rodovia Belém-Brasília.
Desde então, a doença tem sido registrada em surtos esporádicos, especialmente na Amazônia, onde é considerada endêmica. No entanto, a partir de 2024, a febre do Oropouche passou a ser motivo de maior atenção das autoridades de saúde, já que a transmissão autóctone foi confirmada em diversas regiões do país.
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A transmissão ocorre principalmente por meio da picada do Culicoides paraensis, conhecido como maruim ou mosquito-pólvora. No ambiente silvestre, animais como bichos-preguiça e primatas não humanos – além da possível participação de aves silvestres e roedores – atuam como hospedeiros.
Já no ciclo urbano, os seres humanos são os principais hospedeiros e o vírus também pode ser transmitido pelo pernilongo (Culex quinquefasciatus), encontrado com frequência em áreas urbanas.
Sintomas e complicações
Os sintomas da febre do Oropouche são semelhantes aos da dengue e incluem febre de início súbito, dor de cabeça intensa, dores musculares, náusea e diarreia. Também podem ocorrer tontura, calafrios, sensibilidade à luz, dor retro-ocular, vômitos e dor nas articulações.
Embora a maioria dos casos evolua sem complicações, há registros de manifestações mais graves, como meningite asséptica e meningoencefalite, especialmente em pessoas com o sistema imunológico comprometido.
Além disso, em alguns pacientes, podem ocorrer sintomas hemorrágicos, como sangramentos nas gengivas, epistaxe (sangramento nasal) e petéquias (pequenos pontos vermelhos na pele).
Em 2024, a Bahia confirmou os dois primeiros óbitos relacionados à febre do Oropouche no mundo. As vítimas foram duas mulheres jovens, sem comorbidades e que não estavam grávidas.
O primeiro caso foi registrado em 27 de março, quando uma paciente de 24 anos, residente em Valença, morreu devido à doença. O segundo óbito, de uma mulher de 21 anos que morava em Camamu, ocorreu em 10 de maio.