A pesquisa também apresenta um comparativo histórico dos dias trabalhados para pagar tributos em diferentes décadas.
O brasileiro médio precisa trabalhar 149 dias por ano para arcar com seus impostos, de acordo com um estudo recente do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT).
A pesquisa revela que a carga tributária média absorve 40,71% do rendimento anual dos trabalhadores no Brasil, considerando tributações em nível federal, estadual e municipal sobre renda, patrimônio e consumo.
O estudo do IBPT destacou o impacto dos tributos em três faixas salariais distintas:
- Até R$ 3.000: Os trabalhadores nesta faixa dedicam 141 dias anuais ao pagamento de impostos.
- De R$ 3.000 a R$ 10.000: Esta faixa, considerada classe média, trabalha 155 dias por ano para quitar suas obrigações tributárias, sendo a mais afetada.
- Acima de R$ 10.000: Aqueles que recebem acima deste valor trabalham 148 dias para pagar os impostos.
A pesquisa também apresenta um comparativo histórico dos dias trabalhados para pagar tributos em diferentes décadas:
- 1970: 76 dias
- 1980: 77 dias
- 1990: 102 dias
- 2000: 138 dias
- 2010: 141 dias
- 2020: 151 dias
Brasil tem o pior retorno de imposto para o IDH
O IBPT também divulgou um estudo comparativo que coloca o Brasil como o país com o pior retorno de imposto para o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) entre as 30 nações com maiores cargas tributárias do mundo.
Para avaliar o retorno dos impostos, o instituto criou o Índice de Retorno de Bem-Estar à Sociedade (IRBES), que combina a carga tributária como porcentagem do PIB com o IDH de cada país.
No Brasil, a carga tributária equivale a 32,39% do PIB, a 24ª maior entre os países analisados. No entanto, o IDH do Brasil é 0,760, o mais baixo do grupo, refletindo um cenário de educação, saúde e expectativa de vida menos favorável.
Os dados do IBPT ressaltam a alta carga tributária enfrentada pelos brasileiros, especialmente pela classe média, e apontam para um retorno insatisfatório dos impostos pagos em termos de bem-estar social, conforme medido pelo IDH.
O estudo oferece uma visão crítica sobre a relação entre tributação e qualidade de vida no Brasil, destacando a necessidade de reformas para melhorar a eficiência do gasto público e o retorno dos tributos à sociedade.