O Caprichoso acumulou 1259,3 pontos, enquanto o Garantido fez 1259,2.
Defendendo o tema “Cultura – O Triunfo do Povo”, o boi-bumbá Caprichoso conquistou o 26° título, se tornando tricampeão do 57° Festival Folclórico de Parintins. A apuração ocorreu nesta segunda-feira (1º), no Bumbódromo, palco do embate entre os bois.
Os jurados, especialistas em cultura e tradições folclóricas, avaliaram 21 itens que compõem as performances dos bois-bumbás, analisando as toadas, alegorias e os personagens de cada agremiação.
Conforme a soma das notas da apuração, o Caprichoso venceu a primeira noite de apresentações com 419,8 pontos contra 419,7.
Na segunda noite, os dois bois empataram com 419,8 pontos e por isso a decisão ficou para a terceira noite que confirmou a vitória da agremiação azul e branca com 419,7.
O Caprichoso acumulou 1259,3 pontos, enquanto o Garantido fez 1259,2. O boi da Francesa também foi o campeão da festa em 2022 e 2023, consagrando-se assim tricampeão.
A última vez que o boi Caprichoso conseguiu vencer por três anos consecutivos foi em 1994, 1995 e 1996.
Avaliação
Em três dias de show, cada boi teve 2 horas e 30 minutos para se apresentar em cada noite no Bumbódromo, localizado em Parintins, município conhecido como a “Ilha da Magia”.
Nove jurados se dividem em três blocos para avaliar as agremiações, de acordo com suas características e atribuem notas que variam de 0 a 10, podendo incluir casas decimais para precisão máxima.
Bloco A — Comum/Musical
- Item 01 — Apresentador
- Item 02 — Levantador de Toadas
- Item 03 — Batucada / Marujada
- Item 06 — Amo do Boi
- Item 11 — Toada (letra e música)
- Item 19 — Galera
- Item 21 — Organização do Conjunto Folclórico
Bloco B — Cênico/Coreográfico
- Item 05 — Porta-Estandarte
- Item 07 — Sinhazinha da Fazenda
- Item 08 — Rainha do Folclores
- Item 09 — Cunhã-Poranga
- Item 10 — Boi-Bumbá (evolução)
- Item 12 — Pajé
- Item 20 — Coreografia
Bloco C — Artístico
- Item 04 — Ritual Indígena
- Item 13 — Povos Indígenas
- Item 14 — Tuxauas
- Item 15 — Figura Típica Regional
- Item 16 — Alegoria
- Item 17 — Lenda Amazônica
- Item 18 — Vaqueirada
Boi Caprichoso no Festival de Parintins 2024
Durante os três dias da edição de 2024 do festival, o Caprichoso defendeu como tema geral “Cultura: o Triunfo do Povo”.
O boi azul e branco abriu as duas primeiras noites de disputas (28 e 29) e fechou a última noite do 57° Festival de Parintins.
Com apresentações luxuosas para as três noites do Festival de Parintins, o primeiro ato do boi-bumbá teve como subtema “Raízes: o entrelaçar de gentes e lutas”, para celebrar as origens do boi da Francesa.
Em destaque, a alegoria “Dama da Noite”, com 24 metros de altura, de onde saiu a cunhã-poranga Marciele Albuquerque na primeira noite do Festival e subiu mais de 30 metros do chão.
A apresentação encerrou com o ritual indígena “Mothokari, a fúria do sol” com participação do líder indígena, escritor e xamã, Davi Kopenawa Yanomami, de 68 anos.
Na segunda noite, com o subtema “Tradições: o flamejar da resistência popular”, o bumbá apresentou uma noite das tradições: festa, povo e histórias que compõe o boi e a história de Parintins.
A Figura Típica Regional, “O pescador da Amazônia”, alegoria assinada pelos artistas Márcio Gonçalves e Marlúcio Pereira, surgiu para celebrar o caboclo que vive da pesca e do manejo.
A alegoria “Mística Marubo”, assinada pelo artista Kennedy Prata, retratava a transformação de Vimi Peya, xamã Marubo, em falange de jacaré, continha jatos de água que transformaram a arena em um lago de jacarés e encerrou a noite.
O subtema “Rito de Cura da Terra: Awa Guajá” fechou a terceira noite de apresentação do boi Caprichoso na madrugada desta segunda-feira (1º).
A noite foi marcada por tecnologia nas alegorias com luzes de led, projeções holográficas no chão da arena, assim como nas alegoria.
A reedição do Ritual da Vida contou com uma imensa tarântula que desceu do céu e em uma teia pegou indígenas para completar o rito.
Angela Mendes, filha do seringueiro, sindicalista e ativista político, Chico Mendes, ao lado de José Tupinambá entraram na arena com o relógio climático que marcava 5 anos, 21 dias, e 11h59.
O pajé Erick Beltrão cantou a toada “Unankiê: um lamento amazônico” para convocar os povos originários a dançar.