O corpo de Vitória foi encontrado na quarta-feira (5) por um cão farejador da Guarda Civil Municipal (GCM). A adolescente estava nua, com a cabeça raspada e marcas de violência.
A Polícia de São Paulo prendeu, na tarde deste sábado (8), Maicol Antonio Sales dos Santos, um dos suspeitos de matar a adolescente Vitória Regina de Sousa, em Cajamar, na Grande São Paulo. Maicol, apontado como dono de um veículo prata visto na cena do crime, teve a prisão temporária decretada pela Justiça horas antes de ser capturado. A decisão foi baseada em “fortes indícios” de envolvimento no caso e contradições em depoimento.
A juíza também autorizou buscas nas residências de Maicol e de outro suspeito, Daniel Lucas Pereira, cujo pedido de prisão temporária foi negado. A Justiça permitiu a busca por objetos relacionados ao crime, como armas, e a quebra do sigilo de dados telemáticos de dispositivos eletrônicos apreendidos.
Daniel foi considerado colaborativo em depoimento, e a única conexão direta com o caso foi uma foto do carro de Maicol.
Contradições e suspeitas
Maicol afirmou à polícia que, na noite do crime (26 de fevereiro), estava em casa com a esposa. No entanto, a mulher declarou que passou a noite na casa da mãe e só recebeu uma mensagem de “boa noite” dele às 23h30, indicando que não estavam juntos.
Vizinhos relataram movimentação incomum na casa de Maicol, com ele entrando e saindo da garagem várias vezes e afirmando que o carro “ficou bom”. Outro fato suspeito foi o Toyota Corolla prata, que costumava ficar na rua, ter passado a noite guardado na garagem.
O crime e as investigações
O corpo de Vitória foi encontrado na quarta-feira (5) por um cão farejador da Guarda Civil Municipal (GCM), a cerca de 5 km de sua casa, na zona rural de Cajamar. A adolescente estava nua, com a cabeça raspada e marcas de violência.
Ela foi reconhecida por familiares, que identificaram as tatuagens e piercings. Uma perícia está em andamento para determinar a causa da morte e o tipo de violência sofrida, há indícios de que ela tenha sido esfaqueada.
Câmeras de segurança gravaram Vitória deixando o shopping onde trabalhava e caminhando até um ponto de ônibus. Durante o trajeto, ela enviou áudios e mensagens para uma amiga, relatando medo de dois homens em um carro que a assediaram e de outros dois rapazes que entraram com ela no ônibus.
Testemunhas afirmam que ela desceu sozinha no ponto final em Ponunduva, mas não foi mais vista após isso.
Linhas de investigação
Ao menos sete pessoas estão sendo investigadas pela polícia, incluindo o ex-namorado de Vitória, um “ficante”, dois jovens que entraram com ela no ônibus, dois homens que a assediaram em um carro e um rapaz que teria emprestado o veículo.
O ex-namorado prestou depoimento na quinta-feira (6) e, embora não haja indícios de que tenha participado diretamente do crime, há suspeitas de que ele sabia que o assassinato seria cometido.
A polícia investiga se o crime teve motivação de vingança ou ameaça. Há indícios de que os assassinos podem ter ligação com alguma facção criminosa e que Vitória foi levada para um cativeiro, onde pode ter sido torturada antes de ser morta e deixada na mata.
A investigação continua para esclarecer todos os detalhes do caso.