Marçal insinuou que Guilherme Boulos (PSOL) seria usuário de drogas.
O debate entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo na última quinta-feira (8), foi marcado por discursões e acusações pessoais, com destaque para o comportamento agressivo do candidato Pablo Marçal (PRTB).
Durante o evento, transmitido pela TV Band, Marçal, que é goiano e empresário, se destacou pela postura combativa, chegando a utilizar termos como “adolescente”, “para-choque de comunista” e “comedor de açúcar” para se referir aos adversários.
Ricardo Nunes (MDB), atual prefeito de São Paulo, foi o principal alvo dos ataques de todos os candidatos. Marçal chamou classificou Nunes como um “vereador jogado na cadeira de prefeito”, questionando sua capacidade de governar a maior cidade do país.
Marçal também confrontou diretamente a deputada federal Tabata Amaral (PSB), chamando-a de “para-choque de comunista” e “jornalistazinha militante”, após a candidata questionar sobre a condenação judicial por envolvimento em quadrilha.
O candidato também insinuou que Guilherme Boulos (PSOL) seria usuário de drogas, sem apresentar provas, ao referir-se ao psolista como “comedor de açúcar”.
Em resposta, Boulos criticou Marçal, afirmando que ele “mente e acredita na mentira” e que parecia um “psicopata”.
Boulos também apontou Marçal como um “bolsonarista rejeitado”, mencionando que o empresário teria buscado apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro, mas não teve sucesso.
Após o debate, Guilherme Boulos decidiu acionar a Justiça contra Pablo Marçal por ter chamado de “cheirador de cocaína” em uma entrevista a jornalistas.
Ricardo Nunes sob fogo cruzado
Ricardo Nunes foi o principal alvo das críticas durante o debate. Além das acusações de incompetência feitas por Marçal, Tabata Amaral mencionou um caso de violência doméstica envolvendo Nunes e a esposa em 2011, enquanto Boulos destacou suspeitas de irregularidades em contratos sem licitação da Prefeitura, que teriam beneficiado aliados do prefeito.
O apresentador José Luiz Datena (PSDB) também participou do ataque, mencionando uma investigação do Ministério Público que associa empresas de ônibus da capital paulista à uma facção criminosa.
Nunes defendeu-se das acusações, expressando indignação com o tom do debate. “Fico um pouco indignado, a gente espera um debate de alto nível. O que vocês estão vendo aí é só ataque. Não precisa manchar a honra das pessoas. Como você não tem proposta, fica querendo criar história”, declarou o prefeito, prometendo processar Datena.
Postura dos demais candidatos
Tabata Amaral, apesar de ter feito perguntas incisivas aos concorrentes, foi poupada de ataques mais intensos, exceto por Marçal.
A candidata, que perdeu terreno nas pesquisas ao longo dos últimos meses, ressaltou a importância de propostas sérias para São Paulo, em resposta ao empresário Marçal.
“São Paulo não está precisando de carro voador, de candidato que diz que dá murro em tubarão, que é o 0071 goiano que está aqui em São Paulo, que dá solução que não existe. O que São Paulo precisa é de gente séria, honesta, competente”, afirmou Amaral.
O debate acirrado e repleto de acusações pessoais reflete a tensão e a competitividade da corrida eleitoral em São Paulo, com candidatos tentando se destacar, nem sempre pelo mérito de suas propostas, mas pela intensidade de suas críticas.