Kimberly Cheatle ingressou no Serviço Secreto em 1995 e ocupava o cargo de diretora desde 2022.
A diretora do Serviço Secreto dos Estados Unidos, Kimberly Cheatle, anunciou nessa terça-feira (23) a renúncia do cargo após intensas pressões decorrentes do atentado contra o ex-presidente e candidato republicano à presidência, Donald Trump, em 13 de julho.
Em um e-mail obtido pela Associated Press, Cheatle comunicou aos funcionários do Serviço Secreto a decisão, assumindo a responsabilidade pelo ocorrido.
“À luz dos eventos recentes, é com um coração pesado que tomei a difícil decisão de renunciar ao cargo de diretora”, escreveu a diretora.
Cheatle já havia admitido ao Congresso que o Serviço Secreto, sob sua liderança, cometeu a “falha mais significativa em décadas“ durante o comício de Trump na Pensilvânia, onde ele foi alvo de uma tentativa de assassinato.
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Trump foi atingido na orelha por um disparo de fuzil AR-15. Em depoimento ao Comitê de Supervisão da Câmara dos Deputados na segunda-feira (22), Cheatle afirmou que o incidente expôs graves lacunas na segurança.
A pressão pela renúncia de Cheatle aumentou após seu depoimento, com membros dos dois partidos, democrata e republicano, pedindo sua saída.
Durante a audiência, Cheatle evitou responder a perguntas sobre o plano de segurança do evento e a resposta das forças de segurança ao comportamento suspeito do atirador.
Após a renúncia, o presidente Joe Biden agradeceu a Cheatle por suas décadas de serviço público e por ter aceitado liderar o Serviço Secreto a convite dele.
“[Cheatle] dedicou-se de forma altruísta e arriscou sua vida para proteger nossa nação ao longo de sua carreira no Serviço Secreto dos Estados Unidos. Como líder, é preciso honra, coragem e integridade incrível para assumir total responsabilidade por uma organização encarregada de um dos trabalhos mais desafiadores no serviço público”, disse Biden em nota oficial.
Kimberly Cheatle ingressou no Serviço Secreto em 1995 e ocupava o cargo de diretora desde 2022. Ela supervisionou a equipe de proteção de Biden quando ele era vice-presidente.
O FBI está conduzindo uma investigação sobre o atentado. Informações reveladas ao “The Wall Street Journal“ indicam que o atirador, Thomas Matthew Crooks, realizou um reconhecimento prévio do local do comício, utilizando um drone para mapear a área na manhã do dia 13 de julho, evidenciando ainda mais as falhas na segurança do evento.
Nesta quarta-feira (24), o diretor do FBI, Christopher Wray, deve prestar depoimento ao Comitê Judiciário da Câmara.
Além disso, o presidente da Câmara, Mike Johnson, planeja estabelecer uma força-tarefa bipartidária para coordenar as investigações.
O comissário de polícia da Pensilvânia, Christopher Paris, também testemunhará ao Comitê da Câmara nessa terça-feira.
A saída de Kimberly Cheatle marca um momento crítico para o Serviço Secreto, que enfrenta agora o desafio de restaurar a confiança e reforçar a segurança em eventos futuros.