A economia americana, por sua vez, manteve crescimento sólido no terceiro trimestre.
O dólar avançava frente ao real nesta quarta-feira (27), atingindo a marca de R$ 5,90 em meio à expectativa pelo anúncio de medidas de contenção de gastos do governo e à possível isenção do Imposto de Renda (IR) para pessoas físicas.
Às 14h17, a moeda norte-americana subia 1,48%, sendo negociada a R$ 5,894, após alcançar R$ 5,9051 na máxima do dia. No mesmo horário, o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, registrava queda de 1,42%, a 128.136,22 pontos.
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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fará um pronunciamento em rede nacional às 20h30 para detalhar o pacote de cortes de gastos e a isenção de IR para quem ganha até R$ 5 mil. A proposta será enviada ao Congresso Nacional como parte dos esforços do governo para melhorar a situação fiscal.
A demora na divulgação das medidas, prometidas há um mês, após o segundo turno das eleições municipais, tem gerado nervosismo nos mercados, pressionando o real e outros ativos brasileiros.
Segundo Gesner Oliveira, professor da FGV e sócio da GO Associados, “realmente a inflação continua sendo uma preocupação e naturalmente é algo relacionado também à percepção de fragilidade fiscal, o que coloca importância e mesmo pressão para que haja um pacote de corte de gastos”.
O IPCA-15 de novembro, acima das expectativas, reforçou a aposta de um aumento mais expressivo na taxa Selic. O mercado já precifica uma probabilidade de 69% de que o Copom eleve os juros em 75 pontos-base, para 12% ao ano, em dezembro.
Cenário externo favorece dólar
No cenário internacional, investidores aguardam novos sinais do Federal Reserve sobre a política monetária dos Estados Unidos. As apostas indicam 63% de chance de um corte de 25 pontos-base nos juros na próxima reunião.
Além disso, medidas econômicas anunciadas pelo presidente eleito dos EUA, Donald Trump, aumentam a atratividade do dólar.
Trump confirmou a indicação de Jamieson Greer como representante comercial e prometeu impor tarifas sobre México, Canadá e China. Analistas afirmam que essas políticas podem fortalecer a moeda norte-americana devido ao impacto inflacionário e à manutenção de juros elevados nos EUA.
A economia americana, por sua vez, manteve crescimento sólido no terceiro trimestre, com alta anualizada de 2,8% no PIB, conforme confirmado pelo Departamento de Comércio.