Agentes financeiros também repercutem dados econômicos dos EUA que mostram uma desaceleração na inflação do país.
Na sexta-feira (28), o dólar se aproximou de R$ 5,60, enquanto o Ibovespa recuou, refletindo os temores fiscais e as recentes declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
Durante uma entrevista, Lula voltou a criticar o Banco Central e Campos Neto, classificando a taxa básica Selic de 10,5% ao ano como “irreal” diante de uma inflação controlada.
Ao abordar o câmbio, Lula atribuiu a alta do dólar à “especulação com derivativos”.
Por outro lado, Campos Neto afirmou que os pronunciamentos recentes de Lula têm afetado negativamente os preços.
Ele também ressaltou que ajustes fiscais focados em aumento de receita são menos eficientes e podem resultar em menor investimento, crescimento econômico reduzido e inflação mais alta.
Em reação às declarações, o dólar registrou um avanço firme de 1,5%, encerrando o dia cotado a R$ 5,59 na venda.
Com esse resultado, a moeda acumulou uma alta de 6,47% no mês e um salto de 15,2% no primeiro semestre de 2024.
O Ibovespa também sentiu a pressão, recuando 0,32% na sessão e fechando aos 123.906 pontos.
No acumulado do mês, o índice registrou uma valorização de 1,47%, mas desde o início do ano, houve uma queda de 7,66%.
Contexto econômico
As recentes flutuações no mercado destacam as preocupações dos investidores em relação às políticas fiscais e monetárias do Brasil.
As críticas de Lula ao Banco Central e a resposta de Campos Neto enfatizam a tensão entre o governo e a autoridade monetária, aumentando a incerteza econômica no país.
Esses desenvolvimentos serão monitorados de perto nos próximos meses, à medida que o governo busca equilibrar o crescimento econômico com a estabilidade fiscal.