Pensando nos alunos que também sonham com uma vida no desporto, a paratleta aconselha que os atletas acreditem no próprio potencial e que tenham sempre personalidade na hora de jogar.
Em sua terceira convocação pela seleção brasileira feminina de vôlei sentado, Laiana Rodrigues irá atrás do ouro nas Paralimpíadas de Paris. A atleta de 42 anos, iniciou sua trajetória esportiva nos Jogos Escolares do Amazonas (JEAs) e representará o Amazonas pelo Brasil este ano.
Nascida e criada no bairro Armando Mendes, na zona leste de Manaus, a paratleta começou a jogar aos 14 anos, na Escola Estadual de Tempo Integral (EETI) Maria Madalena Santana de Lima. Em sua trajetória, participou dos Jogos Escolares do Amazonas (JEAs) como competidora e depois como treinadora.
“Tenho maravilhosas lembranças, lembro da primeira vez que competi, estava no primeiro ano do Ensino Médio no Maria Madalena, eu nunca tinha saído do bairro. Então, aquilo foi incrível. Nosso professor nos levou à Vila Olímpica, nunca tinha pisado na Vila, então alí tive aquela sensação de realização”, conta Laiana. Na época, ela ainda não vivia com a deficiência.
Foi aos 18 anos, que, após passar por um quadro de dengue hemorrágica, a jovem desenvolveu síndrome de Guillain-Barré, doença em que o sistema imunológico ataca os nervos. Com isso, Laiana precisou recusar diversas propostas para se profissionalizar no esporte.
“Dei uma estagnada. Não tinha como fazer mais nada. Já existiam alguns lugares em vista para treinar, jogar, grandes lugares, mas não consegui naquele momento por ter adquirido a deficiência”, relata.
Mesmo passando por um momento difícil, Laiana não desistiu do esporte e se tornou professora de Educação Física, dando aulas para Pessoas Com Deficiência (PCDs), chegando a trabalhar na Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência (Seped) e foi convidada para participar dos JEAs novamente, agora como treinadora.
“Como é que a gente vai imaginar o que o futuro reserva, o que Deus proporciona para a gente. De criança, aos 13, 14 anos de idade, começando em uma base de voleibol, dentro de uma escola que às vezes as pessoas nem imaginavam que existia e, de repente, mesmo com a deficiência, cheguei até aqui”, declarou.
Ao finalizar os cursos de Bocha Paralímpica e Voleibol Sentado na Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Laiana foi convidada para fazer parte da seleção brasileira feminina de vôlei sentado.