Segundo a Justiça Eleitoral, 17 ocorrências de derramamento de “santinho” foram contabilizadas.
O Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM) divulgou, durante a segunda coletiva de imprensa deste domingo (6), o balanço parcial das ocorrências no estado durante o primeiro turno das eleições municipais. Ao longo da manhã, foram registradas 17 ocorrências envolvendo derramamento de “santinhos“, falhas em urnas eletrônicas e prisões por crimes eleitorais, como “boca de urna” e compra de votos.
Leandro Simão, secretário de Tecnologia da Informação do TRE-AM, informou que sete urnas apresentaram problemas no estado. Uma delas, no município de Jutaí, registrou apenas seis votos antes de parar de funcionar, o que levou à adoção do sistema de votação manual.
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Segundo Simão, os votos manuais e digitais serão contabilizados de forma híbrida no final do pleito. Outros seis equipamentos apresentaram falhas de contingência, sendo duas em Manaus e as demais em Parintins e Urucará.
Ao todo, 27 urnas registraram falhas ao longo da manhã, o que gerou preocupação entre eleitores e autoridades.
Derramamento de “santinhos” e boca de urna
A prática de poluição eleitoral também foi destacada durante a coletiva. O juiz Jean Pimentel, do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), informou que 17 casos de derramamento de “santinhos” foram registrados em várias escolas da capital.
Os principais pontos incluíram a Escola Estadual José Bernardino, com 11 mil panfletos espalhados, e a Escola Estadual Jarlece da Conceição, com 15 mil. Até o momento, aproximadamente 100 mil “santinhos” já foram recolhidos.
Entre os principais pontos com propagandas espalhadas estão:
- Escola Estadual José Bernardino: 11 mil santinhos
- Escola Estadual Jarlece da Conceição: 15 mil santinhos
- Escola Estadual Osmar Pedrosa: 9 mil santinhos jogados ao chão
- Escola Estadual Ruth Prestes: 4 mil santinhos
- Escola Estadual Hilda de Azevedo: 6 mil santinhos
- Escola Estadual André Vidal Araújo: 12 mil santinhos
- Escola Estadual Maria Rodrigues Tapajós: 3 mil santinhos
Além disso, seis prisões por “boca de urna” foram efetuadas pela Polícia Militar na Zona Leste de Manaus e no bairro São Lázaro. Os detidos estavam distribuindo materiais de campanha e tentando influenciar eleitores.
Compra de votos e crimes eleitorais no interior
A Polícia Federal também esteve envolvida na fiscalização, registrando diversas ocorrências no interior do Amazonas. Em Tefé, R$ 70 mil foram apreendidos em uma ação de combate à compra de votos. Em Itacoatiara, pessoas foram detidas com dinheiro destinado a fins eleitorais ilícitos.
Já em Coari, o pai de um candidato a prefeito foi preso por envolvimento em compra de votos, mas foi liberado posteriormente.
Dr. Raione Cabral (Mobiliza), suspeito de fazer uma “chuva de dinheiro” em uma praça pública no município, voltou a ser preso nesta sexta-feira (4). Ele havia sido solto em audiência de custódia após o caso, mas a Justiça decretou a prisão dele novamente devido a infrações cometidas após a liberação.
Em Manaus, a PF realizou prisões em flagrante, apreendendo materiais de campanha, cestas básicas e dinheiro. Uma arma de fogo também foi apreendida em uma das ocorrências. Entre os detidos está um candidato a vereador, envolvido em crimes eleitorais graves.
Crimes eleitorais condenados pelo TRE-AM
O presidente do TRE-AM, Desembargador João Simões, repudiou as ocorrências, reforçando que crimes eleitorais comprometem a integridade do processo. Segundo ele, a prática de lançar “santinhos” nas ruas, além de configurar crime ambiental, será investigada para responsabilizar os candidatos envolvidos.
“Precisamos manter padrões éticos e garantir a liberdade eleitoral“, afirmou Simões.
Os detidos por crimes de menor gravidade foram encaminhados à Delegacia Geral da Polícia Civil, enquanto os suspeitos de crimes mais sérios foram levados para a sede da Polícia Federal.
As investigações continuam, e o TRE-AM reafirma seu compromisso em garantir um processo eleitoral transparente e ético para os cidadãos do Amazonas.