Anna Saicali está foragida e deve se entregar no domingo (30), no aeroporto de Lisboa
A ex-diretora das Lojas Americanas, Anna Christina Ramos Saicali, deve se entregar às autoridades portuguesas neste domingo (30) no aeroporto de Lisboa, de onde embarcará para o Brasil.
A decisão evita sua prisão preventiva, uma medida autorizada pelo juiz Márcio Muniz Da Silva Carvalho, da 10ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, após um pedido da defesa de Saicali.
Conforme o magistrado, a solução foi consensual e alinhada com a Polícia Federal e o Ministério Público Federal (MPF).
Saicali apenas se apresentará às autoridades portuguesas no aeroporto de Lisboa, sem ser detida ou algemada, evitando qualquer tipo de constrangimento.
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Ela será acompanhada pelas autoridades policiais até o embarque para o Brasil e, ao chegar, entregará seu passaporte às autoridades brasileiras, submetendo-se à medida cautelar de proibição de sair do país.
O juiz explicou que, ao decretar a prisão preventiva de Saicali, determinou que a “presunção de fuga poderia ser desconstituída com a apresentação espontânea da Investigada às autoridades competentes, demonstrando sua real intenção de retornar ao Brasil”.
Dessa forma, a medida acordada com a Autoridade Policial e o MPF atende a este compromisso com ‘menor ônus pessoal’ para a investigada, que não precisará se submeter à audiência de custódia.
Após se entregar, o nome de Saicali deve ser retirado da lista de procurados da Interpol.
Saicali, juntamente com o ex-CEO da Americanas, Miguel Gutierrez, foi alvo de mandado de prisão na operação que investiga as fraudes contábeis da empresa.Os mandados foram expedidos pela Justiça Federal do Rio de Janeiro a pedido da PF.
Miguel Gutierrez foi preso em Madri, na Espanha, na manhã de sexta-feira (28), enquanto Saicali foi considerada foragida até o acordo de sua entrega.
O caso
Na quinta-feira (27), a PF e o MPF realizaram a operação “Disclosure”, com o objetivo de apurar a participação de ex-diretores das Americanas nas fraudes contábeis da empresa, acompanhada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Segundo a PF, o grupo investigado seria responsável pela maior fraude da história do mercado financeiro do Brasil, estimada pela empresa em R$ 25,3 bilhões.
Miguel Gutierrez é apontado como um dos integrantes do esquema fraudulento. Os crimes investigados incluem manipulação de mercado, uso de informação privilegiada, associação criminosa e lavagem de dinheiro.