Parentes e amigos de Romário Cavalcante realizaram uma manifestação nesta terça-feira (29).
Nesta terça-feira (29), o jogador de futebol Romário Cavalcante, de 24 anos, foi encontrado morto no Rio Negro, próximo à orla do bairro São Raimundo. Os familiares afirmam que, antes de desaparecer, o jovem foi alvo de disparos efetuados por policiais militares durante uma abordagem na segunda-feira (28).
No fim da tarde de terça-feira (29), familiares e amigos de Romário se reuniram em uma manifestação na Rua 5 de Setembro, no bairro São Raimundo.
Em nota, a Polícia Militar esclareceu que, na segunda-feira (28), a equipe da 5ª Companhia Interativa Comunitária (Cicom) recebeu denúncias sobre um grupo suspeito de estar envolvido na venda de drogas no bairro São Raimundo, e, por isso, realizou uma operação na área.
A corporação também explicou que os policiais envolvidos na abordagem conseguiram prender um homem ao chegarem ao local, enquanto outros dois se jogaram no Rio Negro.
Um dos homens foi resgatado posteriormente, mas o terceiro, identificado como Romário, não foi localizado.
Ainda em nota, a PM informou que uma investigação interna vai ser aberta para apurar as circunstâncias do ocorrido.
Segundo o Corpo de Bombeiros, familiares de Romário acionaram a corporação na mesma noite para realizar buscas pelo corpo do jogador de futebol, mas a operação foi encerrada sem sucesso.
Na manhã desta terça-feira (29), os bombeiros retomaram as buscas e localizaram o corpo da vítima, que foi removido pelo Instituto Médico Legal (IML).
O laudo preliminar de necropsia divulgado pelo IML informou que a morte de Romário ainda apresenta causa indeterminada, pois o cadáver foi encontrado semi-esqueletizado. O caso é investigado pela Polícia Civil.
Em nota publicada nas redes sociais, o Sul América Esporte Clube, time de futebol do qual Romário fazia parte, lamentou a morte do atleta.
“O Sul América Esporte Clube lamenta profundamente o falecimento do seu ex-atleta Romário Cavalcante, mais conhecido como Romarinho. Nossos sentimentos a familiares e amigos neste momento delicado e que Deus conforte o coração de todos”, diz o comunicado.
Protesto
Durante o protesto, viaturas da Polícia Militar estiveram presentes para conter os ânimos dos manifestantes, que chegaram a atear fogo em pneus na via.
Em cartazes e barricadas na via, os familiares e amigos afirmaram que o jovem foi morto por policiais militares e pediram justiça.
Elizabeth Sales, esposa de Romário, relatou que ele estava sofrendo perseguição por parte de alguns policiais após ser preso há cerca de quatro meses. Ela explicou que, na ocasião, os policiais alegaram que ele estava com drogas.
Segundo Elizabeth, no momento da abordagem, Romário estava com o pai, com quem trabalha em uma vidraçaria, e nenhum entorpecente foi encontrado.
A Polícia Militar destacou que, em relação às acusações sobre a conduta dos agentes durante a ocorrência, a população pode denunciar qualquer irregularidade cometida por meio dos canais oficiais do Sistema de Segurança Pública.