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Funcionária da Vila Trampolim destrata criança autista em Manaus

Um dia antes do incidente, a empresa postou informando que possuem um selo "Empresa Amiga do Autista" da Incluir Treinamentos e Certificação. - Foto: Internet
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Atitude da funcionária causou um desregulamento emocional em criança de apenas 5 anos.

Nesta quarta-feira (3), um dia após o Dia Mundial de Conscientização do Autismo, uma criança com o Transtorno do Espectro Autista (TEA) foi destratada por uma funcionária na Vila Trampolim, parque temático de camas elásticas, localizada no Sumaúma Park Shopping, em Manaus.

Uma funcionária da Vila Trampolim teria retirado, de forma ríspida, um cubo das mãos de uma criança neuroatípica e do pai, após o menino utilizar o objeto para brincar na área da cesta de basquete.

Heitor José, de 5 anos, frequentava pela quarta vez a Vila, desde a inauguração no Sumaúma Park Shopping, e criou o costume de brincar com a cesta de basquete utilizando um cubo, que ficava na “piscina de cubos” do local.

A mesma funcionária já havia alertado que aquilo não podia, pois o cubo pertencia a outro brinquedo. Entretanto o pai, José Luciano, relatou que a gerência foi informada desde o início sobre o diagnóstico do filho e sobre sua rigidez específica de utilizar o objeto da cor verde limão para substituir a bola de basquete, que estava indisponível.

A gerência já tinha sido informada sobre o diagnóstico de Heitor. – Foto: Redes Socias

Como aconteceu

O pai conta que o filho sempre gostou de basquete e que, quando foi a primeira vez ao local, não encontrou a bola própria para a área, pois tinha sido retirada por outro motivo. Heitor, no entanto, se adaptou à situação.

“A bola que era colocada pra brincar de basquete tinha sido suspensa e ele se adaptou às dificuldades, foi lá na piscina, pegou o cubo e o jogou na cesta de basquete. Eu até relatei para terapeuta dele, ela achou super legal essa adaptação à adversidade”, disse Luciano, em depoimento para a Rede MLC.

A monitora já havia abordado a família antes e dito que aquilo não podia, mas o homem avisou que se tratava de uma criança autista e que em algum momento, ele cansaria e devolveria o objeto ao seu devido lugar.

Na quarta-feira (3), porém, a abordagem da funcionária foi diferente.

“Foi tirado, simplesmente tirado. Não houve negociação, não houve uma tratativa melhor. Simplesmente ela disse que estava seguindo ordens”, disse o pai.

A atitude da funcionária causou um desregulamento emocional – incapacidade de gerenciar a intensidade das emoções – na criança, que começou a ter uma crise no local e precisou do suporte emocional tanto do pai, quanto da babá.

Em suas redes sociais, logo após o ocorrido, Luciano publicou um relato e alegou “não é birra, autista não tem birra, algumas vezes eles desregulam, porém hoje excedeu o que eu já tinha presenciado nesses 5 lindos anos que o tenho como filho.”

E informou, no seu depoimento à Rede, que mesmo após a reação do filho, as funcionárias sequer optaram por devolver o cubo.

O pai informou que a criança gostava bastante de basquete. – Foto: Redes Sociais

“Como mãe estou num misto de sentimentos de profunda tristeza e revolta. Triste porque amo meu filho mais que tudo neste mundo, e vê-lo com os olhos tristes e passar os dias seguintes caladinho me cortaram a alma.” declara Dayanne Bastos, mãe do Heitor José.

A empresa

A empresa, um dia antes do incidente, no Dia Mundial da Conscientização do Autismo (2 de abril), postou um vídeo informando que possuem um selo “Empresa Amiga do Autista” da Incluir Treinamentos e Certificação.

Selo “Empresa Amiga do Autista” da Incluir Treinamentos e Certificação. – Foto: Redes Sociais

Em resposta à postagem do pai, o perfil da Vila Trampolim alegou “Gostaríamos de aproveitar para sinalizar que entendemos o atendimento com cortesia e empatia como fundamental e que qualquer postura que não esteja de acordo com o padrão de excelência da Vila Trampolim, será prontamente identificada para que sejam tomadas as devidas providências. A todos: Tentaremos ainda contato com o pai para nos retratarmos adequadamente.”

A Rede MLC entrou em contato com a empresa responsável e até o fechamento desta matéria, ela não respondeu à nossa solicitação.

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