Rede MLC
Economia

Governo anuncia déficit de R$ 28,8 bilhões para 2024 e adota medidas de ajuste fiscal

Ministro da Fazenda, Fernando Haddad - Foto: Divulgação
Publicidade

Para compensar essa alta, o governo anunciou o congelamento de despesas no Orçamento em R$ 15 bilhões na semana passada.

Na segunda-feira (22), a equipe econômica do governo federal divulgou novas projeções que indicam que as contas públicas deverão registrar um déficit de R$ 28,8 bilhões em 2024.

Esse valor é o limite da meta de contas públicas estabelecida no arcabouço fiscal, que que limita o rombo a exatamente R$ 28,8 bilhões.

Além da projeção do déficit, o governo revisou suas estimativas de gastos com o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e benefícios da Previdência, que devem custar R$ 11 bilhões a mais do que o previsto inicialmente no Orçamento.

Para compensar essa alta, o governo anunciou o congelamento de despesas no Orçamento em R$ 15 bilhões na semana passada.

O congelamento busca evitar o descumprimento do arcabouço fiscal e as sanções subsequentes.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e a ministra do Planejamento, Simone Tebet, durante anúncio do congelamento no Orçamento — Foto: Reprodução

Na última segunda-feira (15), o governo bloqueou R$ 11,2 bilhões e contingenciou R$ 3,8 bilhões no Orçamento, conforme detalhado no relatório trimestral de despesas e receitas.

Bloqueios são mais difíceis de reverter ao longo do ano do que contingenciamentos.

Clayton Luiz Montes, secretário de Orçamento federal substituto, afirmou que o governo continua comprometido em alcançar o déficit zero, ou seja, equilibrar despesas e receitas.

Segundo o secretário, a interpretação legal permitiu que o contingenciamento fosse realizado apenas no valor que excedesse o limite mínimo da banda, que é de R$ 3,8 bilhões.

Montes ressaltou que outras medidas de receita estão sendo implementadas para atingir o centro da meta.

Aumento de gastos com BPC e Previdência

A cada dois meses, o governo divulga um relatório de avaliação de receitas e despesas primárias.

No relatório mais recente, os ministérios da Fazenda e do Planejamento e Orçamento revisaram a estimativa de gastos com a Previdência e o BPC.

De acordo com a nova estimativa, prevê-se um aumento de R$ 6,4 bilhões nos gastos com o BPC e de R$ 4,9 bilhões com a Previdência.

Esses benefícios estão atrelados ao salário mínimo, que subiu acima da inflação, e ao aumento no número de beneficiários que podem aumentar muito ao logo do ano, em razão de novos pedidos concedidos e novos doentes diagnosticados.

A projeção de receitas para o ano também foi revisada, com uma queda de R$ 6,4 bilhões, sendo a maior redução na arrecadação do regime de previdência do setor público, com recuo de R$ 5,2 bilhões.

Para amenizar essas perdas, o governo planeja um pente-fino nos gastos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) a partir de agosto, visando cortar pagamentos irregulares e economizar recursos.

Novas medidas de arrecadação

Para aproximar-se do déficit zero, o governo conta com novas medidas de arrecadação, incluindo a compensação da desoneração da folha de pagamentos.

O secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, destacou que essas medidas devem melhorar o cenário fiscal.

“Tem diversas medidas aqui, em especial finalização das medidas de compensação da desoneração [da folha de pagamento], vão gerar um resultado em termos de compensação de receitas que melhoram o cenário fiscal e aproximam esse resultado do resultado [de déficit] zero”, disse Rogério Ceron.

Além disso, o governo espera economizar com o “empoçamento” de recursos nos ministérios, que normalmente gira em torno de R$ 20 bilhões.

Diferença entre bloqueio e contingenciamento

Bloqueio e contingenciamento são mecanismos utilizados para ajustar as contas públicas.

O bloqueio de valores do Orçamento ocorre para manter a meta de gastos do arcabouço fiscal.

O contingenciamento é usado para cumprir a meta fiscal do governo, sendo mais fácil de ser desfeito se as receitas melhorarem.

Ambos os cortes afetam principalmente as verbas discricionárias dos ministérios.

O governo ainda detalhará quais ministérios e projetos sofrerão cortes, com publicação no Diário Oficial da União (DOU) prevista para breve.

Publicidade

Leia mais

Bitcoin ultrapassa US$94 mil pela primeira vez

Indra Miranda

Bitcoin pode atingir US$ 200 mil até 2025, prevê Bernstein

Indra Miranda

Conheça os 10 maiores influenciadores de finanças do Brasil

Indra Miranda

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Entendemos que você está de acordo com isso, mas você pode cancelar, se desejar. Aceito Leia Mais