O apoio ao horário de verão no Brasil atingiu seu nível mais baixo desde 2017, com 47% da população a favor e 47% contrária à medida.
O governo brasileiro optou por não implementar o horário de verão em 2024, mesmo após a sugestão do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), que recomendou a medida como resposta à estiagem severa que afeta o país.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que, apesar da gravidade da seca, as ações já tomadas, como a redução da vazão de hidrelétricas, foram suficientes para manter os níveis dos reservatórios adequados, o que viabilizou a decisão de não adotar a mudança.
“Não foi só ajuda de São Pedro, foi planejamento que fez que chegássemos com 11% de água a mais em nossos reservatórios de cabeceira”, disse Alexandre Silveira.
Segundo o ministro, a reintrodução do horário de verão teria um impacto limitado, já que o benefício máximo dessa medida se daria até meados de novembro.
O ONS estimava que a adoção da medida poderia reduzir a demanda máxima de energia em até 2,9%, gerando uma economia de cerca de R$ 400 milhões entre outubro e fevereiro. Entretanto, Silveira destacou que o custo-benefício dessa implementação não justificaria a mudança.
A discussão sobre o retorno do horário de verão divide setores da economia. Enquanto áreas como o comércio e o turismo poderiam ter ganhos com a ampliação das horas de luz natural, outros setores enfrentariam dificuldades.
A aviação, seria uma das mais impactadas pela mudança. A Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) comemorou a decisão, destacando a importância de previsibilidade para a venda de passagens.
De acordo com uma pesquisa recente, o apoio ao horário de verão no Brasil atingiu seu nível mais baixo desde 2017, com 47% da população a favor e 47% contrária à medida.
O horário de verão foi introduzido no Brasil em 1931 e passou por várias alterações ao longo das décadas. Em 2019, o ex-presidente Jair Bolsonaro aboliu a prática, justificando a decisão com as mudanças no padrão de consumo de energia ao longo dos anos.