Auxiliares citam segurança e ampliação da agenda internacional como justificativas; orçamento é empecilho.
O incidente ocorrido na última terça-feira (1º) com o avião que transportava o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a comitiva dele de volta do México trouxe à tona uma discussão sobre a compra de uma nova aeronave para a presidência da República.
O problema técnico forçou o avião a dar voltas no ar por mais de 4h para poder aterrissar com o tanque de combustível mais leve. O caso está gerando preocupações com a segurança e as condições do atual VC-1, o chamado “Aerolula“.
Lula já haviam reclamado anteriormente da falta de autonomia do avião presidencial, que muitas vezes precisa realizar escalas para reabastecimento em voos longos.
Após o incidente, membros do governo, como o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, reforçaram a necessidade de revisão das condições técnicas das aeronaves que servem à presidência.
“Não podemos colocar o presidente da República em uma situação como essa”, afirmou Padilha.
O Ministério da Defesa, que seria responsável pelos recursos, foi uma das pastas mais impactadas pelos cortes orçamentários deste ano, com uma queda de 47% nas despesas discricionárias nos últimos dez anos.
A equipe de Lula, no entanto, argumenta que uma nova aeronave beneficiaria também outros Poderes, já que parlamentares e ministros do Supremo Tribunal Federal viajam frequentemente com o presidente.
Em resposta às reclamações do presidente, a Força Aérea Brasileira (FAB) já havia iniciado uma busca por opções no mercado de aviões, com preferência por um modelo maior e com mais autonomia.
A versão executiva do Airbus A330 foi sugerida como uma possibilidade, sendo que um modelo usado poderia custar cerca de US$ 40 milhões, bem abaixo dos US$ 250 milhões que um novo avião custaria.
A expectativa é que o tema da compra de novo avião ganhe força nos próximos dias, com Lula possivelmente cobrando respostas durante as próxima reunião com o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro.