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Política

Impeachment do ministro Alexandre de Moraes: Passo a passo, arquivos e a influência política no Senado

Rodrigo Pacheco e Alexandre de Moraes durante evento em 2022 - Foto: Evaristo Sá/AFP
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Vamos explorar o trâmite do impeachment, as razões dos arquivamentos, e como a composição do Senado influencia esses processos.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, tornou-se alvo de 24 pedidos de impeachment apresentados ao Senado. O mais recente pedido, patrocinado pela oposição ao governo de Lula (PT), foi apresentado nesta segunda-feira (9), após manifestações do 7 de Setembro em São Paulo.

Para que qualquer processo de impedimento comece a tramitar, é necessário o aval do presidente do Congresso Nacional, atualmente Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

Rodrigo Pacheco (PSD) conversou com senadores de oposição ao receber o pedido de impeachment do ministro do STF – Foto: Divulgação

Qualquer cidadão pode apresentar um pedido de impeachment contra um ministro do STF ao Senado Federal, baseando-se na Lei Federal nº 1.079, de 10 de abril de 1950. A denúncia deve ser acompanhada de documentos que comprovem os fatos alegados.

Segundo o advogado Julio Maciel, o rito estabelecido pela Lei Federal nº 1.079 ainda regula os julgamentos de impeachment de ministros do STF. No entanto, está em tramitação no Senado o Projeto de Lei (PL) 1.388/2023, que visa modernizar essa legislação.

“A nova lei do impeachment trata-se de trazer segurança jurídica e equilíbrio institucional, abordando a necessidade de provas claras e procedimentos mais transparentes”, ressalta Maciel.

Em entrevista, o advogado também explicou que a revisão de um processo de impeachment depende diretamente da apresentação de provas.

O pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes ocorre em meio ao embate com o empresário Elon Musk – Foto: Divulgação/TSE

Parlamentares da oposição ao governo de Lula acusam o Moraes de desrespeitar o devido processo legal e de direcionar investigações contra personalidades específicas.

As críticas focam na suposta irregularidade das investigações e na parcialidade das decisões judiciais.

Em resposta às alegações, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) anunciou que solicitará acesso aos inquéritos sob a relatoria de Moraes no STF.

Em uma nota oficial, a OAB destacou a necessidade urgente de esclarecer se houve a produção de provas ilegais por servidores ou gabinetes do STF para embasar decisões judiciais que possam ter prejudicado indivíduos específicos.

A entidade também busca confirmar a atuação do ministro dentro dos limites do poder de polícia da Justiça Eleitoral.

Passo a passo do impeachment de um ministro do STF

Apresentação da denúncia: A denúncia deve ser acompanhada de documentos que comprovem os fatos alegados conforme a Lei Federal nº 1.079

Análise pelo presidente do Senado: O presidente do Senado recebe o pedido e decide se há fundamento jurídico para prosseguir.

Formação de Comissão Especial: Se o pedido não for arquivado, é formada uma comissão especial para analisar o mérito da denúncia. A comissão emite um relatório, recomendando o prosseguimento ou o arquivamento do processo.

Votação no Plenário do Senado: O relatório da comissão é votado pelo Plenário do Senado. Para o processo seguir, é necessário o voto favorável de dois terços dos senadores (54 de 81).

Julgamento: Se o processo for aprovado, o ministro é suspenso do cargo e o julgamento é realizado pelo Senado. Para a destituição definitiva, são novamente necessários dois terços dos votos.

Motivos dos arquivos dos processos de impeachment

Os mais de 20 pedidos de impeachment contra Alexandre de Moraes foram arquivados por, sendo o Senado, ser considerados infundados ou baseados em argumentos genéricos, sem provas robustas ou comprovação de crime de responsabilidade por parte do ministro.

Rodrigo Pacheco, atual presidente, tem sido criticado por setores que tomam suas decisões como politicamente motivadas.

Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco – Foto: Divulgação/Agência Seanado

O ambiente político exerce forte influência sobre as decisões do Senado. Muitos senadores têm a intenção de abrir um precedente perigoso ao julgar um ministro do STF, o que poderia criar uma crise institucional.

Atualmente, a composição do Senado Federal revela um quadro de predomínio do “centro” e uma representação reduzida da esquerda. Composto por 81 senadores, a Casa conta com apenas 13 representantes de esquerda, divididos entre o PT (7 senadores), PDT (4), PSB (1) e Rede (1).

Em contraste, o “centro” — termo que se refere a uma gama mais ampla e moderada de partidos, diferentemente do “centrão” — detém uma maioria específica, com 47 senadores, o que equivale a 58% do total.

A maioria dos senadores que rejeitam os pedidos de impeachment são alinhados ao centro e à esquerda, com uma visão de “preservar a estabilidade institucional” e evitar movimentos que possam ser interpretados como “ataques ao Judiciário”.

Veja os deputados que declararam apoio ao impeachment de Moraes

 

Senador Partido UF Posição
Alan Rick União Brasil AC a favor
Astronauta Marcos Pontes PL SP a favor
Beto Martins PL SC a favor
Carlos Portinho PL RJ a favor
Castellar Neto PP MG a favor
Cleitinho Republicanos MG a favor
Damares Alves Republicanos DF a favor
Eduardo Girão Novo CE a favor
Esperidião Amin PP SC a favor
Flavio Azevedo PL RN a favor
Flávio Bolsonaro PL RJ a favor
Hamilton Mourão Republicanos RS a favor
Izalci Lucas PL DF a favor
Jaime Bagattoli PL RO a favor
Jorge Kajuru PSB GO a favor
Jorge Seif PL SC a favor
Luis Carlos Heinze PP RS a favor
Magno Malta PL ES a favor
Marcio Bittar União Brasil AC a favor
Marcos Do Val Podemos ES a favor
Marcos Rogério PL RO a favor
Nelsinho Trad PSD MS a favor
Plínio Valério PSDB AM a favor
Rosana Martinelli PL MT a favor
Sergio Moro União Brasil PR a favor
Styvenson Valentim Podemos RN a favor
Tereza Cristina PP MS a favor
Vanderlan Cardoso PSD GO a favor
Wilder Morais PL GO a favor
Zequinha Marinho Podemos PA a favor
Eduardo Gomes PL TO a favor
Alessandro Vieira MDB SE indefinido
André Amaral União Brasil PB indefinido
Angelo Coronel PSD BA indefinido
Bene Camacho PSD MA indefinido
Ciro Nogueira PP PI indefinido
Confúcio Moura MDB RO indefinido
Daniella Ribeiro PSD PB indefinido
Davi Alcolumbre União Brasil AP indefinido
Dr. Hiran PP RR indefinido
Eduardo Braga MDB AM indefinido
Fernando Dueire MDB PE indefinido
Fernando Farias MDB AL indefinido
Flávio Arns PSB PR indefinido
Giordano MDB SP indefinido
Irajá PSD TO indefinido
Jader Barbalho MDB PA indefinido
Jayme Campos União Brasil MT indefinido
Jussara Lima PSD PI indefinido
Laércio Oliveira PP SE indefinido
Margareth Buzetti PSD MT indefinido
Mecias De Jesus Republicanos RR indefinido
Omar Aziz PSD AM contra
Oriovisto Guimarães Podemos PR indefinido
Otto Alencar PSD BA contra
Paulo Paim PT RS contra
Professora Dorinha Seabra União Brasil TO indefinido
Randolfe Rodrigues PT AP contra
Renan Calheiros MDB AL indefinido
Rodrigo Cunha Podemos AL indefinido
Rodrigo Pacheco PSD MG indefinido
Rogério Carvalho PT SE contra
Romário PL RJ indefinido
Soraya Thronicke Podemos MS indefinido
Sérgio Petecão PSD AC indefinido
Teresa Leitão PT PE contra
Veneziano Vital Do Rêgo MDB PB indefinido
Weverton PDT MA contra
Zenaide Maia PSD RN indefinido

 

 

 

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