Diante da gravidade da situação, o presidente Joe Biden declarou o estado de calamidade na Califórnia.
Um novo foco de incêndio surgiu na região de Hollywood Hills, em Los Angeles, na noite de quarta-feira (8), intensificando uma crise que já causou devastação em toda a costa sul da Califórnia.
As chamas, alimentadas pelos ventos de Santa Ana, se espalharam rapidamente, destruindo quase 2 mil imóveis, deslocando cerca de 130 mil pessoas e deixando 400 mil residências sem energia elétrica.
Embora o letreiro de Hollywood esteja seguro, a proximidade com áreas residenciais levou a polícia a emitir ordens de evacuação para regiões próximas, incluindo a icônica Hollywood Boulevard.
“Estamos enfrentando um desastre natural histórico. E acho que isso não pode ser enfatizado o suficiente”, disse Kevin McGowan, diretor de gestão de emergências do Condado de Los Angeles.
Diante da gravidade da situação, o presidente Joe Biden declarou o estado de calamidade na Califórnia, autorizando o envio de recursos federais para ajudar no combate ao fogo e no suporte às vítimas. O governo enviou cinco aviões-tanque, 10 helicópteros e dezenas de veículos para auxiliar nas operações.
“Hoje, o presidente Biden aprovou uma declaração de grande desastre para a Califórnia, permitindo que os sobreviventes acessem imediatamente fundos e recursos para impulsionar sua recuperação”, disse a Casa Branca em um comunicado.
Apesar de os ventos terem diminuído temporariamente na quinta-feira (9), o Serviço Nacional de Meteorologia (NWS, na sigla em inglês) alerta para o retorno de rajadas de até 112 km/h entre a noite de quinta-feira e sexta-feira (10).
Essas condições elevam o risco de novos focos de incêndio, que podem se espalhar de forma descontrolada devido à vegetação seca e à falta de chuvas significativas nos últimos meses.
Situação atual
Os esforços de combate continuam, com helicópteros e caminhões de bombeiros mobilizados para conter os focos ativos em áreas como os incêndios Eaton, Lidia, e Hurst, que enfrentam ventos de até 88 km/h. Apesar dos desafios, as equipes de emergência permanecem dedicadas a proteger vidas e minimizar os danos.
Com mais de 8 mil hectares consumidos pelas chamas, a Califórnia enfrenta um longo caminho de recuperação. No entanto, o compromisso das autoridades federais e locais é um alívio para as comunidades afetadas, que agora buscam recomeçar após o desastre.
Incêndios florestais e ventos de Santa Ana
O problema teve início na terça-feira (7), em Pacific Palisades, um bairro entre as Montanhas de Santa Monica e o Oceano Pacífico, e se agravou com outros focos registrados em diferentes áreas de Los Angeles.
A principal dificuldade no combate às chamas são os ventos de Santa Ana, correntes secas e fortes que removem a umidade da vegetação e espalham o fogo rapidamente.
Os ventos de Santa Ana, comuns entre setembro e maio, surgem quando uma área de alta pressão na Grande Bacia – abrangendo Nevada, Utah e Idaho – empurra ventos secos em direção à Califórnia. Essas rajadas podem alcançar velocidades de 95 a 130 km/h, chegando a até 160 km/h em eventos extremos.
Embora tenham diminuído ligeiramente na quarta-feira (8), os ventos continuam fortes o suficiente para dificultar o controle dos incêndios. A intensidade e imprevisibilidade tornam a contenção das chamas ainda mais desafiadora para as equipes de emergência.
Impactos climáticos
Os incêndios, que começaram fora da temporada tradicional, são mais um reflexo das mudanças climáticas globais, segundo cientistas. A combinação de seca prolongada e temperaturas mais altas cria condições ideais para o avanço das chamas.
O governador da Califórnia, Gavin Newsom, destacou a gravidade da situação: “A situação em Los Angeles é altamente perigosa e evolui rapidamente”.
“Para todos aqueles no sul da Califórnia, por favor, continuem a ouvir as autoridades locais e não esperem, saiam se for solicitado.”
O presidente Biden e Newsom visitaram um quartel de bombeiros em Santa Monica para discutir os esforços de combate e oferecer suporte aos socorristas.
